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DIÁRIO DAS SESSÕES N.° 140 2816

dades de participação, exprimindo livremente as suas opiniões, num clima de tolerância?

Se queremos a colaboração de todos, sem esquecer as novas gerações, de uma forma responsável e livre, não podemos «encaixá-los» em quadros de pensamento estereotipado, antes os devemos respeitar tal como são, conscientes de que a diversidade é fecunda quando exercitada com tolerância e civismo.

E estéril a diversidade apregoada por aqueles que se julgam detentores do monopólio da verdade e apenas se dispõem ao diálogo para impor os seus pontos de vista. Procuremos, pois, a colaboração de todos, em saudável pluralismo, que -para ser autêntico pressupõe o respeito mútuo e a aceitação de todos os contributos válidos, venham donde vierem.

Enterremos a fábula estafada dos «cavalos de Tróia» e, se estamos seguros das nossas convicções, disponhamo-nos ao diálogo em campo aberto, prantos a assumir os seus riscos e conscientes de que o imobilismo e o monolitismo são terríveis inimigos dos interesses da Pátria.

Não iludamos a questão, levantando o falso dilema «unidade ou balbúrdia partidária», e não tenhamos receio de evoluir para novos caminhos que assegurem a participação efectiva e livre de todos os portugueses, cônscios das suas responsabilidades na vida pública.

Não há vida política sem permanente confronto de pontos de vista e livre exame dos problemas, que deverão processar-se em clima de paz social. Só na diversidade e no respeito mútuo é possível encontrar a verdadeira unidade de que o País tanto carece neste período crucial da sua história.

O melhor apoio que podemos dar ao Governo há-de estar, quanto a mim, numa cooperação séria e responsável, enfim, liberta de esquemas propangandísticos de tipo emocional e adesões cegas mais ou menos primárias.

Pessoalmente, continuo a acreditar, na lógica de uma opção reformista, que é possível, fazer evoluir a nossa comunidade política por forma a torná-la mais livre e participada. Assim saibamos dar, com decisão e oportunidade, os passos necessários. Esse será um caminho seguro de desenvolvimento.

O Sr. Mota Amaral: — Muito bem!

O orador foi cumprimentado.

O Sr. Gaspar de Carvalho: — Sr. Presidente: Permito-me hoje ocupar, por alguns momentos, a atenção da Assembleia para aludir a dois acontecimentos que, segundo penso, tem cabimento referir aqui.

O distrito da Guarda foi, há poucos dias, visitado pelo Sr. Ministro das Corporações e Previdência Social e da Saúde e Assistência, que teve, assim, ocasião de tomar contacto com alguns dos mais importantes problemas regionais, quer no campo da assistência e previdência social, quer no da saúde pública. Acredito que da sua visita algo de concreto resultará, a começar pela substituição do hospital da sede do distrito, ultrapassado nas suas instalações, e que só o extraordinário espírito de bem servir dos seus administradores, médicos, enfermeiros e restante pessoal consegue que funcione com a eficiência que reconhecem quantos a ele recorrem.

Inaugurou o Sr. Dr. Rebelo de Sousa no Rochoso a sede da Casa do Povo e presidiu à merecida homenagem que, na mesma freguesia, os conterrâneos do Sr. Prof. Doutor Gonçalves de Proença em boa hora lhe resolveram prestar e que fica como expressão do justo reconhecimento ao notável homem público que, nas cadeiras do Governo, como nesta Casa, tão bem, com tanta dignidade e com tão invulgar dedicação tem sabido servir o País.

O ilustre visitante deslocou-se ainda a Manteigas, onde inaugurou um lar para pessoas idosas, a segunda fase, já em pleno funcionamento, da obra de remodelação do edifício do Hospital da Misericórdia e uma cantina escolar, esta tornada possível graças à generosidade de dois grandes beneméritos e aqueles tornados realidade mercê do espírito de decisão, da larga visão e até — por que não dizê-lo? — da audácia dos que, à frente da mesa da Misericórdia, não olharam a sacrifícios, a riscos, nem a trabalhos para, secundados por muitos e bons conterrâneos, que acorreram com o seu auxilio material, e amparados também com a ajuda financeira e técnica do Estado e da Fundação Gulbenkian, ergueram obra que honra o concelho e os sentimentos dos que nele nasceram e há-de perdurar para exemplo de nossos filhos.

Mas não ficou por aí a operosa actividade do Sr. Dr. Rebelo de Sousa.

E assim é que, também em Manteigas, visitou o edifício do infantário, em vias de conclusão, o posto médico e o bairro de casas que as caixas de previdência estão edificando, através das respectivas federações, dedicando especial atenção, como é compreensível, aos importantes trabalhos da Colónia Termal de Férias, iniciativa do mais largo alcance do nosso dinâmico colega Dr. Veiga de Macedo, como presidente do Instituto de Obras Sociais, e que, quando em funcionamento, constituirá, estou certo disso, assinalável serviço prestado aos trabalhadores portugueses — como, aliás, o reconheceu o Prof. Doutor Gonçalves de Proença, o qual, como Ministro, sempre lhe prestou o mais entusiástico apoio que, sem dúvida, o actual titular da pasta das Corporações e Previdência também lhe não tem regateado.

Na Guarda, o Dr. Rebelo de Sousa, infatigável, esteve no Sanatório de Sousa Martins, na Direcção de Saúde, nos locais destinados à construção do novo hospital e da sede do grémio da lavoura, na delegação do Instituto Nacional do Trabalho e Previdência, no tribunal do trabalho, na caixa de previdência, no pavilhão desportivo da Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho, ¦e ainda encontrou tempo disponível para se reunir, na sua qualidade de dirigente da Acção Nacional Popular, com as respectivas comissões locais.

Desenvolveu, na verdade, actividade prodigiosa durante os três dias da sua permanência; bem merece, pois, o agradecimento profundo que., com toda a sinceridade, aqui lhe deixo expresso.

E se se me consente que formule um voto, é o de que, como esperamos confiados, essa visita, para além das agradáveis recordações que deixou, através dos contactos humanos estabelecidos, seja a chave que abra a porta à solução das graves insuficiências que no distrito da Guarda abundam em tantos campos.

Que essa visita do dinâmico Ministro das Corporações e Previdência Social e da Saúde e Assistência seja prenúncio de outras, é igualmente desejo radicado no distrito da Guarda.

O Sr. Roboredo e Silva: — V. Ex.a dá-me licença?

O Orador: — Faça favor.

O Sr. Roboredo e Silva: — Apenas duas palavras, sómente para dizer que, como Deputado pelo círculo da Guarda, apoio totalmente as Considerações de V. Ex.a e,