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20 DE NOVEMBRO DE 1971 2817

designadamente, a última que acaba de fazer sobre a visita do Sr. Ministro da Saúde e das Corporações, que espero seja prenúncio de visitas de outros Ministros, visto que um distrito tão desprotegido como tem sido o da Guarda só através de visitas frequentes, direi mesmo assim: «frequentes», dos Ministros que mais estão ligados ao progresso regional do País, poderão ser analisados e resolvidos os seus problemas.

Era só isto que queria dizer, muito obrigado.

O Orador: — Muito obrigado, Sr. Deputado, pela achega que me veio dar.

No entender dos responsáveis, só assim, por observação directa, será possível ao Governo inteirar-se da necessidade instante de adoptar medidas específicas que façam recuperar o atraso em que nos encontramos, mormente no sector de melhoramentos públicos.

O outro ponto sobre que me proponho tecer algumas despretensiosas considerações está relacionado com a primeira romagem a Macau, feliz iniciativa da Casa de Macau, em Lisboa, que teve realização no passado mês de Setembro.

Embora nado e criado nesta província lusitana, de uma Nação que se estende por todo o Mundo, foi-me dada a oportunidade, que aproveitei gostosamente, de me integrar na caravana de quase duas centenas de pessoas que se deslocaram àquelas longínquas paragens, na maioria naturais de Macau que as andanças da vida têm mantido afastadas da terra natal, e outras que foram rememorar os tempos em que lá desempenharam funções oficiais — aquelas e estas dominadas por compreensíveis sentimentos de saudade e desejosas de voltarem a pisar o solo daquele maravilhoso cantinho português no Extremo Oriente, repleto de tradições e de encanto.

Tive, pois, o grande prazer de participar na romagem e viver, assim, alguns dias inesquecíveis, dos mais belos da minha existência, em deslumbramento constante por tantas e tão variadas facetas que nos oferece a cidade do Santo Nome de Deus de Macau, na qual se casam, numa harmonia que só lá indo se acredita, as mais puras tradições da nossa terra com os hábitos, não menos veneráveis, da milenária civilização chinesa; aqui se confirma o conhecido provérbio de que «é preferível ver uma vez com os próprios olhos do que ouvir cem vezes».

Foram muitos e variados os motivos da minha admiração: a beleza da terra, o progresso social e económico, o bem-estar e o nível de vida dos seus habitantes, o desenvolvimento turístico, a ânsia de ir sempre mais além na senda desse progresso; nos campos da instrução, da assistência social, das obras públicas com especial relevo para a ponte de ligação à ilha da Taipa —, do comércio, da indústria, do turismo, sendo patente que se está a atravessar um surto de invejável expansão de que, decerto, hão-de ser colhidos os melhores frutos.

De tudo o que observei, aquilo que, porém, mais me impressionou foi o perfeito entendimento, a cordialidade de relações, o ambiente fraternal em que trabalham, lado a lado, ombro com ombro, as comunidades portuguesa e chinesa, sob a prudente e criteriosa orientação do governador da província, Sr. General Nobre de Carvalho.

Não há dúvida de que, em matéria de «coexistência pacífica», continuamos a dar lições ao Mundo, como povo e como indivíduos, despidos de qualquer pretensa superioridade racial, antes vendo em todos os homens nossos semelhantes, tratando-os como iguais, como nossos irmãos, que na realidade são. E, de facto, comovedor verificar como populações de raças e costumes tão diferentes se estimam, compreendem e respeitam!

Se alguma dúvida pudesse haver sobre o acerto da política ultramarina portuguesa, traçada pelo Sr. Presidente do Conselho e naquela província prosseguida pelo governador Nobre de Carvalho, sob a superior direcção do Ministro Silva Cunha, o ambiente de paz, de trabalho e de progresso que se respira em Macau dissipá-la-ia.

Bem pode, pois, Macau ser apresentada como feliz exemplo a seguir por aqueles países que, desconhecedores da realidade portuguesa e incapazes de resolver os seus próprios problemas internos, se permitem, todavia, aconselhar-nos e, depois, nos criticam quando se convencem de que não 'damos ouvidos ás suas sugestões interesseiras . . .

E que dizer da recepção que em Macau e em Hong-Kong tiveram os visitantes? Que ultrapassou tudo quanto seria lícito esperar.

O Sr. Governador de Macau, as restantes entidades oficiais, não esquecendo o ilustre Deputado pela província, os representantes das comunidades portuguesa e chinesa, os membros da prestimosa comunidade portuguesa em Hong-Kong, que tão vivos mantêm os elos de ligação com a Mãe-Pátria, enfim, todas as pessoas com quem tivemos ensejo de contactar foram inexcedíveis de gentileza, havendo levado tão longe as suas amabilidades que é impossível traduzir em palavras a gratidão que lhes devemos, aqueles que tomámos parte nesta maravilhosa peregrinação, pelas atenções com que nos distinguiram e de que nos cumularam. Aqui lhes deixo estas singelas palavras de profundo reconhecimento.

O Sr. Delfino Ribeiro: — V. Ex.a dá-me licença?

O Orador: — Faça favor.

O Sr. Delfino Ribeiro: — Agradeço, desvanecido, as amáveis referências feitas à minha querida terra natal e à minha modesta pessoa, a propósito da romagem que, em boa hora organizada pela Casa de Macau, em Lisboa, sob o alto patrocínio dos Srs. Ministro do Ultramar e Governador da referida província, a cerca de duas centenas de portugueses, proporcionou o ensejo de conhecerem ou reverem aquela nossa minúscula parcela, vizinha de uma potência asiática ora aceite pelas Nações Unidas.

Viveram-se, na realidade, momentos de sã convivência numa reafirmação de indefectível patriotismo e confirmaram-se as boas relações com a laboriosa comunidade chinesa que, com a sua tradicional hospitalidade, quis comungar no júbilo que ia nos nossos corações.

Alegra-me verificar que V. Ex.a, que não é macaense, é um ilustre macaísta.

Oxalá os restantes e distintos Srs. Deputados tenham a possibilidade de seguir as pisadas de V. Ex.a, pois, então, a província de Macau passaria, com a máxima economia e completa eficiência, a ser representada por toda a Assembleia.

Bem haja, Sr. Deputado.

Vozes: — Muito bem, muito bem!

O Orador: — Muito obrigado, Sr. Deputado.

O Sr. Alberto Meireles: — V. Ex.a dá-me licença?

O Orador: — Faça favor.