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I SÉRIE - NÚMERO 35 1342

tamente infantis -, ao PCP numa matéria que não concede nenhuma infantilidade e que é muito séria, Sr. Deputado José Vitorino.
Que medidas é que a sua bancada vai tomar no futuro, não para chumbar inquéritos do PCP, mas para combater a corrupção? Essa é que é a questão e é isso que lhe deixo aqui perguntado.

Aplausos do PCP e do MDP/CDE.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado José Vitorino, deseja responder já ou só no fim, depois dos outros pedidos de esclarecimento?

O Sr. José Vitorino (PSD): - Respondo no final, Sr. Presidente

O Sr. Presidente: - Nesse caso, tem a palavra Sr.ª Deputada Ilda Figueiredo.

A Sr.ª Ilda Figueiredo (PCP): - Sr. Deputado José Vitorino, é pena, de facto, que o Sr. Deputado tenha dito tão pouco sobre o caso Torralta e se tenha preocupado muito mais com outras questões.
Sobre o caso Torralta era importante que o Sr. Deputado dissesse qual a opinião do PSD - já que falou como representante do PSD - sobre a questão
da avaliação do terreno. Esse é um dos pontos que já hoje serviu de interrogação ao Sr. Secretário de Estado que, por sua vez, respondeu ter havido dois valores na avaliação e que o Governo não optou por nenhum de les mas por um terceiro valor, sem que, até ao momento, esteja clarificada a razão dessa opção. Opção
que é - volto a repetir - superior em mais de 3 milhões de contos ao valor mais baixo que era proposto.
Ora, Sr. Deputado José Vitorino, era importante que o PSD se pronunciasse sobre esta questão, dissesse qual a sua opinião sobre isto, sobre as consequências e implicações que esta Resolução do Governo tem para o sistema bancário e, nomeadamente, para a União de Bancos Portugueses.
Também era importante que se referisse ao que se passa quanto às garantias dadas aos tais cerca de 37 000 pequenos accionistas de que hoje aqui se falou.
Era importante que fosse referido, por exemplo, se todos os direitos dos trabalhadores da Torralta estão devidamente assegurados, nomeadamente o pagamento atempado dos salários e de todos os outros direitos dos trabalhadores. Pode crer que, neste momento, os trabalhadores da Torralta esperam uma resposta a esta questão, porque têm sérias dúvidas sobre isso.
Era importante também, Sr. Deputado, que se tornasse aqui clara qual a posição do PSD em relação às dúvidas e suspeições que vários órgãos de comunicação social levantaram, e de que se tornaram eco junto da opinião pública, quanto a toda a envolvente deste processo.
Era também importante que se referisse, sobretudo, às consequências de tudo isto.
Creio que só assim é que poderá dar um contributo importante para a clarificação deste processo e só assim é que podemos estar a tratar seriamente um assunto que merece ser tratado seriamente.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, estamos chegados à hora regimental do termo dos nossos trabalhos.

Entretanto, constato que falta ainda uma intervenção do Sr. Deputados Leonel Fadigas e dois pedidos de esclarecimento a formular pelos Srs. Deputados Carlos Brito e Lopes Cardoso a que se seguirão, naturalmente, as respectivas respostas.

Assim, e se não houver objecções por parte dos vários grupos e agrupamentos parlamentares, proponho que se prolonguem os nossos trabalhos até às 13 horas e 30 minutos a fim de terminarmos esta ordem de inscrições que acabei de enunciar.

Pausa.

Não havendo objecções, vamos prosseguir os nossos trabalhos até às 13 horas e 30 minutos.
Para um pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Brito.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Sr. Deputado José Vitorino, a sua intervenção é um desacerto completo e, tal como já foi assinalado, V. Ex.ª acabou por enunciar um sentido de voto que é completamente contraditório com tudo aquilo que argumentou ao longo do seu discurso.
0 Sr. Deputado quis fugir às questões concretas e, por isso mesmo, começo por lhe colocar exactamente duas questões concretas que, aliás, são da sua especialidade.
O Sr. Deputado sabe que uma parte dos terrenos que referiu se situam no Algarve e já deve ter ouvido falar os algarvios da região sobre os critérios de avaliação. Pergunto-lhe o que é que tem a dizer sobre isso.
Depois, gostaria de assinalar que, como o Sr. Deputado saberá - e isso, de resto, foi aqui há pouco invocado -, um dos critérios de avaliação reside na «óptica dos promotores imobiliários». Perguntar-lhe ia, Sr. Deputado José Vitorino, e peço-lhe que não se distraia, se isso não será afinal uma abstracção, exactamente para justificar um montante que é inteiramente inadmissível, pois não tem nenhuma correspondência com o valor dos terrenos em concreto e que o Sr. Deputado provavelmente conhece, como eu próprio também conheço.
Era bom que o Sr. Deputado respondesse a estas duas perguntas em concreto. No mais, não será que a sua argumentação permite supor que da parte do seu partido haverá uma tentativa de começar a justificar hoje as posições que poderá vir a tomar amanhã em relação aos inquéritos que envolvem os militantes do vosso partido, Rui Amaral e engenheiro Eugénio Nobre, designadamente respeitantes à Secretaria de Estado do Emprego e à Secretaria de Estado das Obras Públicas?

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Não estará já o Sr. Deputado a «sangrar-se em saúde» em relação a esses próximos inquéritos que aqui vão ser debatidos?

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Portanto, Sr. Deputado José Vitorino, as suas acusações ao PCP não tem nenhum sentido, porque, inclusivamente, V. Ex.ª não foi capaz de trazer aqui a verdadeira história da génese destes inquéritos. Na verdade, eles nasceram porque nós colocámos algumas perguntas ao Governo e porque o Governo res-