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3188 I SÉRIE - NÚMERO 84

O Orador: - E é por isso também que nos temos empenhado em não produzir declarações de guerra para criar problemas contra a paz institucional que temos vivido nos últimos 2 anos, porque é sempre mais fácil produzir a ruptura do que fazer o consenso.

Vozes do P§: - Muito bem!

O Orador: - E é mais simples vir aqui fazer alegações em nome de pretensas ideias clarificadoras do que ter a capacidade diária de fazer um esforço quotidiano em nome do entendimento entre aqueles que têm que se entender para resolver os problemas nacionais.

Aplausos do PS.

E é por isso e em conclusão, Srs. Deputados do CDS, que somos socialistas, porque o somos e não enjeitamos! Mas somos muito mais liberais do que o CDS, porque somos nós que temos a capacidade para formar os consensos que o CDS não soube formar na sociedade portuguesa.

O Sr. Neiva Correia (CDS): - Latifundiários!

Risos do CDS.

O Orador: - E quando acharmos que esses consensos estabilizaram suficientemente a vida política portuguesa, então cooperaremos activamente num processo de revisão constitucional para que possamos levar o País à modernização necessária sem sequelas, sem rupturas e num espírito de máxima unidade nacional.

Aplausos do PS e da ASDI.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado Jorge Lacão, inscreveram-se os Srs. Deputados Nogueira de Brito, Luís Beiroco, Lopes Cardoso e Narana Coissoró.
O Sr. Deputado responde no fim às interpelações destes Srs. Deputados?

O Sr. Jorge Lacão (PS): - Respondo no fim, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: Nogueira de Brito.

Tem a palavra o Sr. Deputado

O Sr. Nogueira de Brito (CDS): - Sr. Deputado neo-liberal... perdão, socialista...

Risos.

... Jorge Lacão: V. Ex.ª, talvez para compensar a queixa de falta de imaginação do Sr. Deputado César Oliveira, fez um discurso perfeitamente recheado de imaginação. Imaginação delirante, devo dizer-lhe.

Risos do CDS.

V. Ex.ª, para caracterizar a acção do seu partido, chegou a falar de responsabilidade, trabalho e eficácia. Veja lá, Sr. Deputado, que coisa verdadeiramente espantosa!

Risos do CDS.

O País julga-vos, Sr. Deputado. A vossa responsabilidade, do vosso Primeiro-Ministro, ao clarificar, por exemplo, um decreto-lei como uma proposta de lei e quejandas, é enorme, Sr. Deputado, é pesadíssima.
Mas o Sr. Deputado entendeu centrar toda a sua intervenção no tema das prioridades políticas. Foi por mau caminho, Sr. Deputado. É porque eu gostaria de saber quais são as vossas prioridades políticas: as do plano de recuperação de emergência ou as do plano de recuperação económica e financeira, que ninguém conhece? Ou são aquelas que vos permitem chegar a acordo com o vosso parceiro de coligação ou não chegar a acordo nenhum, e não se entenderem sobre uma única reforma estrutural?
V. Ex.ª agarrou-se à lei das rendas. Ë efectivamente a única e o Partido Socialista vai ficar conhecido, se o processo legislativo chegar ao fim, pelo «partido da lei das rendas». É a vossa grande opção e prioridade. Foi a única grande prioridade que conseguiram definir. Porque de resto, Sr. Deputado, a vossa prioridade conhecemo-la nós: é a da circunstância política. E V. Ex.ª, acusando o nosso partido, falou em fazer as malas e ir embora. Em compensação, no vosso partido há quem tenha tentado fazer as malas, instalar-se e ficar definitivamente.

Aplausos do CDS.

A vossa grande prioridade, Sr. Deputado, é, desde a primeira hora, a prioridade das eleições presidenciais. É a prioridade de fazer toda a política tendente a uma campanha: a definir um perfil, a apoiar uma personalidade.
E isso é que foi grave, Sr. Deputado, porque foi sacrificar tudo o mais a essa prioridade que realmente deu o exemplo espantoso desta coligação, que não é para louvar como a coligação austríaca - que o meu colega de bancada Luís Beiroco louvara aqui - porque não há nada para louvar nesta vossa experiência e nesta vossa coligação. Antes pelo contrário, Sr. Deputado. Esta coligação é um sinal de fraqueza e encontramos razões de sobra para essa fraqueza no enquadramento constitucional que a ela preside. E por isso periodicamente sentimos necessidade de a vir aqui denunciar. É este comentário que gostava de ver respondido pelo Sr. Deputado Jorge Lacão.

Aplausos do CDS.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Beiroco.

O Sr. Luis Beiroco (CDS): - Sr. Deputado Jorge Lacão, foi por demais evidente que nesta sua intervenção, embora a propósito da questão da revisão constitucional, estava porventura mais preocupado com outros aspectos da conjuntura portuguesa.
O Sr. Deputado, talvez porque sabia que ia intervir num debate onde ia falar o presidente do meu partido, também quis trazer aqui algumas metáforas. E falou, por exemplo dos «pássaros que põem os ovos no ninho dos outros». Ã propósito de pássaros, recordei--me daqueles que anseiam por sair da gaiola e que talvez venham a ter, mais uma vez, essa oportunidade dentro de muito pouco tempo.

Risos do CDS.

O que a revisão constitucional significa, Sr. Deputado Jorge Lacão, não é a resolução de todos os problemas do País, como é óbvio. O que ela significa é que os Portugueses estão convencidos de que pode exis-