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I SÉRIE - NÚMERO 94

O Sr. Neiva Correia (CDS): - Pedia à Sr. º Deputada Helena Cidade Moura para me informar se o episódio que relata se passou em Lagos, no distrito de Faro, ou em Lagos na Nigéria.

Risos.

O Sr. Presidente: - Há mais um pedido de esclarecimento Sr.ª Deputada. V. Ex.ª, se desejar responder no final, fa-lo-á.

A Sr.ª Helena Cidade Moura (MDP/CDE): - Sim, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado José Lello.

O Sr. José Lello (PS): - A Sr.ª Deputada Helena Cidade Moura referiu, a dado passo da sua intervenção, «[...] uma Assembleia quase dissolvida». Ora, considero que esta Assembleia não está «quase dissolvida », nem sequer está dissolvida, pois está em pleno funcionamento. Suponho que a Sr.ª Deputada Helena Cidade Moura tem também este mesmo entendimento que eu perfilho pois, de outra forma, não se entenderia como é que hoje figura na ordem de trabalhos um projecto de lei do MDP/CDE. Assim, pergunto à Sr.ª Deputada Helena Cidade Moura se efectivamente considera que esta Assembleia está dissolvida e nesse caso, pergunto também porque é que apresenta este projecto de lei. Ou será que isso constitui apenas um acto falhado?!

Aplausos.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Cidade Moura.

A Sr.ª Helena Cidade Moura (MDP/CDE): Agradeço a intervenção do Sr. Deputado do CDS, pois penso que a sua pergunta foi pertinente. Possivelmente será na Nigéria que estamos e não em Portugal democrático, pós-25 de Abril.
Quanto ao Sr. Deputado do Partido Socialista, responderei que «quase» quer dizer «quase». Enquanto não está, funcionamos tal como se estivesse.
Em todo o caso, há que ter a consciência da situação e não podemos estar aqui a «fazer teatro». sabemos que esta Assembleia...

O Sr. José Lello (PS): - Posso interrompê-la,
Sr.ª Deputada?

A Oradora: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. José Lello (PS): - Não podemos estar «a fazer teatro», disse V. Ex.ª ?

A Oradora: - Exacto, Sr. Deputado!

O Sr. José Lello (PS): - Não podemos estar?

A Oradora: - Não, Sr. Deputado! Enquanto a Assembleia funcionar não podemos estar «a fazer teatro» nem a prescindir realmente dos nossos direitos e dos nossos deveres.

Há quatro partidos nesta Assembleia que querem a dissolução e eles são cinco. Penso que, de facto, a percentagem daqueles que desejam a dissolução é bastante grande.
Mas neste momento não quero falar mais desta questão, peço desculpa, pois não quero entrar no tempo do meu partido. De qualquer modo, poderemos falar depois do Plenário.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Horácio Marçal..

. O Sr. Horácio Marçal (CDS): - Sr. Presidente, Srs Deputados: Tive o privilégio e a honra de assistir nos passados dias 8 e 9 às comemorações do Dia de Portugal em Newark = Estado de Nova Jérsia, nos Estados Unidos da América.
A comunidade portuguesa radicada nos Estados Unidos vive com intensidade e arreigado portuguesismo o Dia de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Vive-o com espontaneidade, com o bairrismo e com grande fervor patriótico.
Não são manifestações encomendadas nem com finalidades políticas.
É o coração de português que faz brotar a sua saudade e a sua constante ligação ao torrão natal, exteriorizando o que para eles, que habitam longe da Pátria, não esquecem a terra que os viu nascer, outros, pelo contrário, a querem recordar, bem como as suas tradições, não só no que concerne à nossa cultura, às nossas tradições ou à simples evocação dos nomes das terras bem portuguesas de Minho, Trás-os-Montes, do Algarve, das Beiras ou das Ilhas.
1 Naqueles dias a comunidade vive com intensidade a recordação e a evocação do nome de Portugal.
Só assim se explica que portugueses radicados naquela região dos EUA levassem a cabo a realização de exposições do nosso artesanato, conferências culturais, provas desportivas, convívios com a cozinha bem portuguesa, a que não faltava a tradicional broa e a sardinha dos arraiais bem portugueses.
Mas o dia grande foi o de domingo, dia 9, que teve como epílogo e ponto alto, a parada portuguesa na Ferry Street de Newark, que por decisão do município local se passou a chamar Avenida de Portugal, em homenagem a Camões e à actividade dos portugueses emigrados nos Estados Unidos.
Essa parada, a que assistiram aproximadamente 50 000 pessoas, foi uma manifestação de puro portuguesismo, em que participaram 50 associações culturais, recreativas e desportivas portuguesas radicadas naquela zona e em que se manifestaram mais de 600 atletas.
A esta manifestação de puro sentido patriótico, presidiu o governador de Nova Jérsia que era acompanhado por individualidades da embaixada portuguesa e de outras individualidades que se deslocaram particularmente de Portugal.

Pairava no ar o motivo da falta de um membro do nosso Governo para comungar da alegria que irradiou, durante horas, no íntimo daquelas gentes bem portuguesas e até dos americanos que a ela se associaram.
As pessoas que assistiam e os que participavam, quiseram dizer-nos a nós, responsáveis da Nação, que Portugal está vivo nos seus corações.
Mas essa vivência não se manifesta só na organização dessas comemorações - que já seria muito exterioriza-se também nas publicações de jornais de