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3814 I SÉRIE - NÚMERO 102

problemas a agravar os grandes engarrafamentos de trânsito na cidade. Os efeitos da auto-estrada no descongelamento de trânsito na cidade revelam-se inferiores aos pretendidos e o estado calamitoso das estradas de concelhos, da rua de acesso à Escola Secundária D. Duarte, da estrada Adémia-Cidreira, Conraria e Castelo de Viegas, entre outras tantas, contribuem para o agravamento daquilo que vimos descrevendo.
O património cultural e ambiental da cidade de Coimbra é rico e deve ser preservado. Os grandes estragos, na zona histórica da alta, praticados pelo fascismo não podem nem devem repetir-se.
É urgente a criação do museu António Nobre na Torre de Amo, a abertura da Torre de Almedina com a exposição permanente de fotografias da cidade antiga e a recuperação do Convento de Santa Clara-a-Velha e do Convento de São Francisco. Estas são apenas algumas das medidas mais urgentes neste campo.
Seguida, pêlos sucessivos governos de direita, uma política orientada para a reconstituição dos monopólios, das grandes fortunas e privilégios, também, no concelho de Coimbra os seus reflexos são a estagnação e a retracção das actividades produtivas e têm conduzido ao alastrar do desemprego e à degradação das condições de vida e de trabalho.
O sector não capitalista da economia tem sido alvo preferencial desta ofensiva contra as empresas nacionalizadas e do sector público de âmbito nacional, designadamente na banca, nos seguros, na EDP, na EPAC, na Gelmar, na Centralcer, na Rodoviária Nacional, na Cimpor e nos CTT.
A desintervenção de empresas recuperadas pêlos sacrifícios dos trabalhadores e com forte aplicação de fundos públicos como é o caso da Mondorel que foi entregue em 1977 à administração capitaneada por Iládio Alvarez.
O sector industrial tem sido alvo de desorganização e desarticulação crescente aumentando enormemente as dificuldades da pequena e média indústria privada em resultado da política de afrontamento do sector público e da retracção do mercado interno.
Os trabalhadores têm defrontado o drama dos salários em atraso em empresas como a Termec, a Gomes Porto, a Lumel, a Aerobus, a Amadeu M. Pereira e as fábricas Caravanas Mondego, a Olemar, a Barbosa e Ribeiro, a Argos, a Ideal, a Lakifa, a Ladricer, etc.
A Argos, a Ideal, os Supermercados Colmeia e os Móveis Olaio receberam subsídios sob a capa da manutenção dos postos de trabalho sem conhecimento nem controle dos trabalhadores quanto à sua efectiva utilização, apesar de esse controle ser uma das condições sempre constante dos despachos de concessão.
A Agfa - a empresa multinacional que nos últimos anos do fascismo beneficiou de facilidades várias -, nomeadamente no tocante à cedência de terrenos em troca de garantia de postos de trabalho, procedeu ao primeiro grande despedimento no primeiro governo de Mário Soares e agora a Reflecta (sua herdeira) colocou com contratos a prazo os 170 trabalhadores que conserva e outra empresa multinacional - a Centralfarma da Bayer - fez há poucos meses o despedimento colectivo de todos os trabalhadores que mantinha em Coimbra.
A agricultura é votada à ruína e ao abandono com prejuízo para a região e a produção agrícola nacional. Acentua-se a quebra de produção motivada pelo aumento constante dos preços dos factores de produção e preços não compensadores dos produtos agrícolas.
É ainda um outro sintoma de agravamemto a [...] de terrenos com grande aptidão agrícola, [...}] com a construção indiscriminada de habilitações [...] industriais - como no caso da [...] quer com florestação inadequada, quer ainda [...] extracções de areia às portas de Coimbra.
Todos estes anos de política de recuperação [...] lista conduziram, forçosamente, a um reforço da [...] dos trabalhadores.
A esta política que há mais de 9 anos se abate [...] os trabalhadores tem sido dada uma resposta [...] inequívoca de luta. A luta dos trabalhadores de Coimbra em várias empresas, designadamente: pelo [...] de salários e subsídios em atraso como as [...], na Ideal, nos lanifícios Montes Claros, na [...] e na Atlantida Editora e contra os despedimentos e encerramentos de empresas como os casos da Agfa, da Gelmar, da Livraria Bertrand, Bayer, da EPAC.
A luta dos trabalhadores do comércio no ano de 1984, dos trabalhadores dos serviços sociais da Universidade de Coimbra e a luta dos carteiros de Coimbra ilustram bem aquilo que vimos dizendo.
Esta luta dos trabalhadores do distrito de Coimbra produziu os seus frutos: abrem-se hoje novas perspectivas para a democracia. Por isso os trabalhadores de Coimbra estão orgulhosos da sua contribuição para a alteração do quadro que conduziu ao agravamento das suas condições de vida e estão confiantes de que a alternativa democrática existe e será conseguida!

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Para interpelar o Sr. Deputado João Abrantes, estão inscritos os Srs. Deputados Cunha e Sá e Costa Andrade.
Tem a palavra o Sr. Deputado Cunha e Sá.

O Sr. Cunha e Sá (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Vou ser extremamente rápido porque há um camarada meu que vai fazer uma intervenção e não lhe quero tomar tempo.
Não poderia deixar, entretanto, de referir aqui muito concretamente dois ou três aspectos.
Vou dar de barato determinados aspectos, abordando apenas aspectos específicos e concretos.
Referiu o Sr. Deputado que a habitação em Coimbra não tem tido crescimento. Como é que o Sr. Deputado pode referir isso se é a única cidade do País onde a componente percentual da habitação é superior à das obras públicas? É a única cidade do País onde isso acontece.
Quero referir, por outro lado, que Coimbra tem custos indirectos provenientes de ser um nó rodoviário, o que lhe provoca dificuldades nos aspectos das comunicações, bem como relativos à sua componente de transportes colectivos, possuindo estes 88 unidades que, pela baixa quilometragem a que são obrigados a circular, têm de estar permanentemente ao serviço. Bastava que a velocidade de circulação aumentasse para o dobro para essas unidades poderem ser reduzidas a metade.
Por outro lado, quero referir ainda e por último que o seu partido referiu na Câmara Municipal de Coimbra perfeitamente o contrário daquilo que o Sr. Deputado disse no respeitante aos aspectos do planeamento urbanístico, da habitação, e designadamente das vias de acesso.