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2626 I SÉRIE - NÚMERO 79

medida do Governo revela e põe ao de cima. Todos se estuo a lamentar por acabar uma medida de indexação que gostavam que continuasse para manterem a hipocrisia em relação a estas matérias.

Aplausos do PSD.

Por isso agradeço ao Partido Socialista esta brilhante estratégia de ter invertido o debate em relação ao que se passava aqui há meio ano e ter mostrado que uma atitude tomada há meio ano por ele próprio, pelo Partido Comunista e pelo PRD, que foram os que falaram, era efectivamente hipócrita nestas matérias. Esta é uma contribuição imprescindível para a clareza e para a transparência do debate político.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para dar explicações, tem a palavra o Sr. Deputado Octávio Teixeira.

O Sr. Octávio Teixeira (PCP): - Sr. Deputado Pacheco Pereira, V. Ex.ª veio confirmar apenas aquilo que há pouco referi, isto é, a hipocrisia da bancada do PSD que, em Novembro de 1989, votou contra um projecto de lei que previa a suspensão do automatismo e vem agora, através do Governo, apresentar uma proposta de lei idêntica.
De facto, em 1989, os Srs. Deputados estavam preocupados exclusivamente com o dinheiro...

O Sr. Pacheco Pereira (PSD): - Em vésperas de eleições autárquicas?!

O Orador: - ... e agora, para 1991, estão mais preocupados com os votos. É essa a hipocrisia dos senhores!

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Para responder aos pedidos de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Alberto Martins.

O Sr. Alberto Martins (PS): - Os Srs. Deputados do PSD ficaram efectivamente muito nervosos com a intervenção que acabei de fazer...

Protestos do PSD.

... e têm, de facto, boas razões para isso, porque ficou hoje aqui claro que o aumento de 56% feito no último ano é da exclusiva responsabilidade política do PSD.

Aplausos do PS.

O Sr. Silva Marques (PSD): - É claro, votaram contra!

O Orador: - Ficou também aqui claro, mais uma vez, que há um manifesto acto medroso e hipócrita por parte do Sr. Primeiro-Ministro, quando não assumiu as responsabilidades do aumento e as imputou ao seu grupo parlamentar.

Aplausos do PS.

Não é verdade que o Partido Socialista não tenha tomado, em tempo, uma posição clara sobre esta matéria.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Não vimos!

O Orador: - Em 7 de Novembro do ano passado, aqui, no Plenário da Assembleia, votámos favoravelmente, contra a vontade do PSD, uma proposta de suspensão da aplicação automática do mecanismo do aumento. Aliás, todos os partidos da oposição votaram contra esse automatismo imediato, só o PSD votou a favor!

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Montalvão Machado (PSD): - Mas todos receberam!

O Orador: - Portanto, devo dizer também ao Sr. Deputado Pacheco Pereira que a nossa posição é clara: somos contra o aumento! A nossa posição é de tira-teimas, de congelamento imediato e também de congelamento para o próximo ano, se os senhores quiserem. Essa é a nossa posição!
Responda-nos a esta proposta. Não quer e não consegue responder, porque quer mais dinheiro!

Aplausos do PS.

Por isso, o Sr. Deputado Pacheco Pereira pode dizer que a minha intervenção é uma intervenção com pouca habilidade; na verdade, deixo as habilidades para o Sr. Deputado.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Deputado Silva Marques, o que está em causa não é o método que aqui está a ser analisado, mas sim a questão do volume. E a questão simples do aumento.
Achamos que não «nasce» moral, depois de um aumento de 56 %, por «obra e graça
do Espírito Santo». Os senhores não têm moral, depois do aumento que fizeram, para dizer que querem ser moralistas a partir de agora.

Aplausos do PS.

E, em matérias de dinheiro, devo lembrar-lhes alguns factos, relativamente recentes, sobre os quais o Partido Socialista tomou uma posição clara: quanto ao financiamento de partidos, queremos transparência e por isso apresentámos um projecto de lei nesse sentido; quanto às incompatibilidades dos altos cargos políticos e públicos, queremos que não haja carreirismo, duplos vencimentos e compadrios, queremos transparência e não queremos dois ordenados; quanto à acumulação e desvio das verbas do Fundo Social Europeu, queremos transparência, rigor e verdade, enquanto os senhores fizeram esconder o inquérito.

Vozes do PS:-Muito bem!

O Orador: - Quanto às nossas dívidas, queremos lembrar que as temos, mas assumimo-las. Somos pobres, mas honrados. Iremos pagá-las e não temos qualquer riqueza não explicada.

Aplausos do PS.

Quanto ao que disse o Sr. Deputado Luís Filipe Meneses, devo lembrar-lhe que, quando falei aqui em ética, não me referia à ética individual, nem à ética