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596 I SÉRIE -NÚMERO 18

em bom rigor, devido a esse facto que determinámos a estratégia política aprovada no Congresso Nacional do PSD.
A segunda questão tem a ver com uma afirmação do Sr. Deputado Almeida Santos. V.E.ª diz que estamos «entalados» entre a candidatura do Dr. Basílio Horta e a do Dr. Mário Soares. Sr. Deputado Almeida Santos, não é com isso que estamos comprometidos mas sim com uma estratégia de futuro para Portugal, com uma estratégia de progresso para o nosso pais, com um desejo de estabilidade em Portugal e de articulação entre todos os órgãos de soberania, estamos naturalmente comprometidos com o desejo de fazer de Portugal um país cada vez mais europeu sob o ponto de vista do nível de vida e da qualidade de vida que queremos para os Portugueses.

Vozes do PSD: Muito bem!

O Orador: - Em função disso, acreditamos que, com a nossa maioria parlamentar e com a harmonia entre os órgãos de soberania que se tem verificado até ao momento, estamos da melhor maneira posicionados para alcançar esse desafio para os Portugueses.
O Sr. Deputado Almeida Santos também assacou ao Primeiro-Ministro e presidente do PSD intenções malévolas que não correspondem nada à realidade. Disse, por exemplo, que o Prof. Cavaco Silva tinha a intenção secreta de que os Portugueses não votassem nas eleições presidenciais e até sugeriu que o porta-voz mais inteligente para esse desejo secreto era o Dr. Alberto João Jardim. Mas o Sr. Deputado esqueceu-se que ainda ontem, nas câmaras da televisão, perante muitos milhões de portugueses, o Primeiro-Ministro e presidente do PSD, Prof. Cavaco Silva, disse exactamente o contrário-apelou ao voto dos Portugueses nas eleições presidenciais e recordou que o voto é uma obrigação cívica de todos os cidadãos. Mas o Sr. Deputado Almeida Santos lá tem as suas razões para pensar que aquilo que é dito pelo próprio Prof. Cavaco Silva, perante milhões de portugueses, não tem valor e que as supostas intenções secretas transmitidas pelo Dr. Alberto João Jardim é que têm valor!

Sr. Deputado, também não foi muito delicada a referência que fez ao Primeiro-Ministro dizendo que era uma Thatcher que se barbeava todos os dias.

Vozes do PS:-Essa não era para ele!...

O Orador:-Sr. Deputado Almeida Santos, o líder do meu partido tem poucas coisas em comum com a Sr.ª Thatcher, para além de fazer a barba todos os dias. Um social-democrata não é conservador como a Sr.ª Thatcher.

Aplausos do PSD.

O Orador: - E não tenha dúvidas, Sr. Deputado Almeida Santos: o lider do meu partido não desiste das eleições legislativas e vai ganhá-las com maioria absoluta.

Aplausos do PSD.

O Orador: - Sr. Deputado Almeida Santos, uma última pergunta: o que é que V.Ex.ª pretendeu com a sua intervenção? Não acredito que tivesse querido diminuir o alcance dos méritos do primeiro mandato presidencial do Dr. Mário Soares. Não acredito também que estivesse muito preocupado com as intenções de voto no candidato Basílio Horta. Também não creio que tenha querido fazer da sua intervenção um apelo ao voto, não creio que esse seja o estilo mais eficaz ou que estejamos já na altura de o fazer com algum sucesso.
Então, o que é que o Sr. Deputado Almeida Santos pretendeu com a sua intervenção? Na minha opinião, quis colar o PS à candidatura do Dr. Mário Soares, reafirmando aqui a estratégia de reboque que o PS tem seguido em diversos momentos, o que não é abonatório para este partido, que parece, assim, precisar desesperadamente desse reboque para ter uma percentagem significativa nas eleições legislativas. Mas quis, sobretudo, conduzir o próprio candidato Mário Soares a uma candidatura partidarizada, que ele é o primeiro a recusar.
Sr. Deputado Almeida Santos, creio que o senhor fez hoje aqui um bom serviço ao PS, mas fez um mau serviço ao candidato presidencial que o senhor apoia e que eu também apoio com convicção.

Aplausos do PSD.

A Sr.ª Presidente: - Para um pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Montalvão Machado.

O Sr. Montalvão Machado (PSD): - Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Almeida Santos: Por razões independentes da minha vontade, não tive o prazer de assistir ao início da sua intervenção, mas ainda ouvi o suficiente para ter algumas questões a colocar-lhe aqui, no Plenário.
Antes de mais e para que não fiquem dúvidas queria, de uma vez para sempre, dizer que o meu partido deseja a vitória do Dr. Mário Soares nas eleições presidenciais, que o meu partido apoia o candidato Mário Soares.

O Sr. Carlos Coelho (PSD): -Muito bem!

O Orador:-Agora, aquilo que o meu partido não precisa para vencer as eleições legislativas de 1991 é de se colar à candidatura do Dr. Mário Soares.

Aplausos do PSD.

O Sr. Caio Roque (PS):-Ele também não é conservador!...

O Orador: - Não ouvi o aparte, mas calculo qual ele seja porque é semelhante àqueles que já estou habituado a ouvir.
Quero só dizer-lhe, Sr. Deputado Almeida Santos, que depois desta afirmação feita por mim e, principalmente, depois de lhe recordar que o meu partido, reunido em Congresso, numa deliberação tomada por unanimidade, quando ainda nem sequer se falava na candidatura do Sr. Dr. Basílio Horta ou em qualquer outra, foi a primeira força política neste país a dizer que, se o Dr. Mano Soares se recandidatasse à Presidência da República, não apresentaria qualquer candidato. E fê-lo por razões de interesse nacional porque nós, no PSD, movemo-nos por razões de interesse nacional e não exclusivamente por razões de interesse partidário.
Por conseguinte, Sr. Deputado Almeida Santos, penso que seriam perfeitamente desnecessárias as «bicadas» que V. Ex.ª deu, quer no meu partido, quer no presidente do meu partido. Tal não era necessário!
Neste momento e nestas eleições, estamos no «mesmo barco». Isso não quer dizer que cheguemos lá primeiro e