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3280 I SÉRIE - NÚMERO 1101

geram um abaixamento de qualidade e consequências negativas multiplicadas no futuro.
Não esqueçamos que o multiplicador das despesas públicas na educação, além de Ter uma eficácia equivalente nos encargos, de funcionamento de investimento tem efeitos a longo prazo na valorização ou na desvalorização dos recursos operada pelo factor humano.
Por muito que se fale em desperdício e nos efeitos iniludíveis da quebra demográfica a verdade é que não se vê uma política concreta de reafectação de recursos faltando transparência de critérios e uma clarificação indispensável sobre a criação da necessária rede de escolas básicas integradas, sobre a ligação entre a escola e o meio e sobre as necessidades efectivas e os objectivos concretos do sistema educativo .
Continuamos a ter uma ausência, incompreensível, das estatísticas essenciais.
Continuamos a não Ter esclarecimentos concretos sobre a, razão de não terem sido alcançados os objectivos propostos no seu início. Continuamos sem saber, ou a conhecer mal, qual, a filosofia e quais os objectivos do PRODEP 2.
Aliás, desde o final de Julho passado que o Grupo Parlamentar do PS vem solicitando uma reunião urgente da Comissão de Educação Ciência e Cultura com a presença do Sr. Ministro da Educação sem que tenha havido disponibilidade para o efeito da parte da bancada da maioria.
E o ensino pré-escolar. Onde estão as medidas concretas num domínio prioritário que continua descurado e sem uma estratégia? E a educação de adultos para além do ensino recorrente como formação permanente, enquanto instrumento de combate à exclusão e como meio de responder aos desafios da mobilidade e do progresso científico e tecnológico - como salientou, ainda há bem pouco tempo o Concelho da Europa?
Pois bem é incompreensível que havendo um desfasamento entre o começo do ano escolar não haja a preocupação de sobre a hora o Parlamento discutir os temas pôr as questões. Não podemos explicar ao País porque razão é que vamos discutir os problemas só um mês depois do ano lectivo ter começado.

O Sr. José Magalhães (PS): - Muito bem!

Protestos do Deputado do PSD Duarte Lima.
O Orador: - Atente-se no que ocorre também no ensino superior. O tema fundamental sobre a mesa continua a ser o das propinas - como se esse fosse
Um problema principal do País. E não é! A questão das propinas é um sbcapítulo
do funcionamento do ensino superior.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Tarde e a más horas. O Governo só ,agora começa a reconhecer tardiamente que errou. Já parece aceitar que a lei tem defeitos e é injusta além de ser inconstitucional, como sempre o dissemos desde a primeira hora.
Propina única ou não - a dúvida já vem dos próprios responsáveis.

O Sr. José Magalhães (PS): - Exacto!

O Orador: - Dia sim dia não vêm posições contraditórias. É onde está a clarificação das funções educativa e cientifica do ensino superior?
Por pressão dos reitores , com grande perda de tempo vamos regressando às conclusões do Livro Branco sobre o financiamento em determinado momento, o Executivo quis ostensivamente esquecer o Financiamento, avaliação acção social escolar e propinas os temas estão intimamente ligados. Mas como equacioná-los tendo em conta que estes problemas estão ligados às perspectivas de desenvolvimento do País, perspectivas de desenvolvimento que começaram naturalmente no ensino superior as relações entre a Universidade e o Politécnico no colocar do problema dos diplomas e da certificação na estratégia relativa à função do ensino público na ligação entre ensino e ciência.
Ao lermos, nestes domínios, o Plano de Desenvolvimento Regional fica-nos a ideia amarga da demissão do Estado relativamente às suas responsabilidades e da inexistência de linhas estratégicas orientadas para o desenvolvimento e para a valorização das vantagens comparativas de que hoje tanto se fala. Será que se refere o espontaneísmo das iniciativas ditadas exclusivamente pelo objectivo do maior ganho? É O País que perde - e sabemos bem que os erros em matéria educativa e o a ausência de perspectiva de perspectiva de futuro e o imediatísmo pagam-se amanhã com juros elevadíssimos e com prejuízos irreparáveis.
Não podemos continuar impávidos e serenos, a ouvir declarações contraditórias, a presenciar vagas manifestações de intenção de mudar isto ou aquilo designadamente em matérias de competência do Parlamento. Exige-se uma tomada de posição clara dos responsáveis sobre os momentosos problemas da educação em Portugal. Não podemos afundar-nos nos poucos edificantes episódios como o das provas especificas em que se perdeu muito tempo e se alimentou uma polémica inútil que a Constituição resolve de forma linear.
Continua afinal a preferir-se o curtíssimo prazo como se viu aliás, no episódio da «cartinha» do Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Duarte Lima (PSD): - Estão preocupados?

O Orador: - É o curto prazo que está em causa, é a acção imediata sobre a opinião pública de eficácia como verá bastante reduzida.
Mas a educação é o domínio por excelência de sementeira exigindo que o semeador se preocupe com a seara, em vez de continuar a distrair-se com o voo dos pardais.

Aplausos do PS

O Sr. Presidente: - Ao abrigo do n.º 2 do artigo 18.º do Regimento da Assembleia da República vou dar a palavra para um brevíssimo comentário no máximo de dois minutos ao Sr. Presidente da Comissão de Educação e Cultura, Deputado Pedro Roseta.

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado, julgo que teremos ocasião de debater a questão de fundo de outras sedes eventualmente hoje mesmo uma vez que vamos ainda apreciar o projecto de deliberação da iniciativa do PS relativo á educação.
No entanto como Presidente da Comissão de Educação Ciência e Cultura, quero deixar claro que a Comissão não foi convocada neste período de suspensão dos trabalhos parlamentares porque cumpriu as regras. Sejamos claros!
Apenas cumprimos as regras, ou seja cumprimos o que está deliberado no Regimento da Assembleia da República.
As Solicitações que o Srs. Deputados do PS fizeram - e foram duas - foram levadas à Comissão Permanente, que

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