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social. Mas, enfim, isso são duas teses quanto ao combate à criminalidade. Peço-lhe apenas que ofereça à dúvida o seu lugar. É que começa a ser muito duvidoso que a criminalidade aumente todos os anos, com a senhora a jurar que o Partido Socialista está a tratar das causas.
Depois, Sr.ª Deputada - e quero dizer-lhe isto com toda a clareza -, eu sabia que havia uma pessoa nessa bancada - e não pensei que fosse a senhora, que me conhece - que viria com a insinuação de que a citação de dados objectivos e oficiais sobre a criminalidade implicava alguma espécie de atitude racista.
Sr.ª Deputada, disse, e repito-lhe, porque acho que é meu dever dizer e não esconder (a menos que os senhores, agora, sejam adeptos da ocultação): em 2757 casos de gangs, 76% aconteceram em Lisboa e 56% são cometidos por elementos das minorias africanas. E o que eu lhe disse, Sr.ª Deputada, é que isto é a verdade e significa para todos nós, a começar por vocês, que são Governo, um barril de pólvora debaixo dos pés. É que, Sr.ª Deputada, esconder a verdade não lhe permite resolver os problemas.

O Sr. Presidente: - Terminou o seu tempo, Sr. Deputado. Agradeço-lhe que termine.

O Orador: - E, Sr.ª Deputada, contribuir para o racismo aumentar é contribuir para não resolver esse problema, porque ele existe e tem de ser encarado, não vale a pena escondê-lo!

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Basílio Horta pediu a palavra para exercer o direito de defesa da honra da bancada, o que tem prioridade sobre a defesa da honra pessoal, segundo o meu entendimento, embora não muito claro.
Agradeço-lhe, Sr. Deputado Basílio Horta, que identifique qual a matéria ofensiva.

O Sr. Basílio Horta (CDS-PP): - Sr. Presidente, para um partido democrata-cristão, as palavras proferidas pela Sr.ª Deputada Maria Celeste Correia são ofensivas em função da apreciação que fez das palavras do presidente desse partido.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Basílio Horta (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Maria Celeste Correia, há duas maneiras de encarar estes problemas.
A primeira é uma maneira perigosa, demagógica, e, essa, sim, pode ter os mais profundos efeitos racistas. Esta é a forma como a Sr.ª Deputada, se calhar, inconscientemente, abordou este problema.
O CDS é um partido democrata-cristão, é um partido que votou favoravelmente todas as normas constitucionais no sentido da igualdade e da dignidade da pessoa humana.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): - Muito bem!

O Orador: - Para nós, o que importa é respeitar, num Estado de Direito, a pessoa humana, independentemente da raça, da cor da pele ou da situação material - e é bom referir sempre estes princípios. Consequentemente, quando o presidente do meu partido reflecte uma realidade existente, não é «tapando o sol com uma peneira» que a Sr.ª Deputada a consegue evitar.

Aplausos do CDS-PP.

Pelo contrário, se a Sr.ª Deputada pensa, de uma maneira (se me permite dizê-lo) inconsciente, que consegue evitar essa realidade atacando dessa forma primária um partido que quer resolver o problema e não agravá-lo, corre um seríssimo risco, como disse o Dr. Paulo Portas, de estar sobre um «barril de pólvora», que um dia rebentará nas suas mãos e nas das pessoas que pensam como a senhora.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): - Muito bem!

O Orador: - Do CDS-PP, a senhora nunca ponha em dúvida que contará sempre com o respeito integral da pessoa humana; respeito que muitas doutrinas socialistas, ao longo da história, não tiveram, nem cumpriram!

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Osvaldo Castro (CDS-PP): - Então, não dê cor aos números!

O Orador: - Porque, aos democrata-cristãos, a senhora encontrou-os sempre na primeira fila da defesa do homem e dos direitos do homem!
Por isso, minha senhora, encare estas questões com a dignidade que elas têm, com a profundidade que elas merecem e com a consistência que elas exigem, não lance sobre o nosso partido afirmações que nos ferem profundamente!

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para dar explicações, querendo, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria Celeste Correia.

A Sr.ª Maria Celeste Correia (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Basílio Horta, o senhor sabe perfeitamente que eu não quis ofender o Sr. Deputado Paulo Portas, nem a sua bancada.

Vozes do CDS-PP: - Ainda bem!

A Oradora: - Já nos conhecemos suficientemente, tanto eu o Sr. Deputado Paulo Portas como ele a mim, para se saber isso.
Contudo, continuo a dizer que o Sr. Deputado Paulo Portas fez, daquela bancada, a correlação entre imigrante/negro/africano/insegurança.

Protestos do CDS-PP.