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3112 | I Série - Número 79 | 10 de Maio de 2001

 

Portanto, para nós, estar no poder e estar na oposição é a mesma coisa, porque somos democratas, somos republicanos e não temos a obsessão do poder que se vê que existe aqui, em outras bancadas.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para dar explicações, querendo, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Carvalhas.

O Sr. Carlos Carvalhas (PCP): - Sr. Presidente, o Sr. Deputado Jorge Coelho não desmentiu a sua afirmação.

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Exactamente, pelo contrário!

O Orador: - Portanto, aquilo que vem nos jornais é verdade! Isto é, o Sr. Deputado disse para o seu partido: tenham juízo, porque, se continuamos assim, vamos todos parar ao Largo do Rato, isto é, à oposição!

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - É o chamado «socialista consciente»!

Risos do PSD, do PCP e do CDS-PP.

O Orador: - Portanto, não atribua afirmações à minha bancada e a mim próprio que eu, de facto, não produzi!
Quero dizer-lhe, muito claramente, o seguinte: o que queremos derrotar, isso sim, é a política de direita, e a política de direita, na sua expressão concreta, está traduzida em muitos indicadores, designadamente na aceitação de desigualdades. E não somos nós que o afirmamos! Leia, por exemplo, as estatísticas da União Europeia, onde pode verificar que somos o país com o maior fosso entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres, e isto agravou-se com os governos do Partido Socialista! Somos também o País com o mais baixo salário mínimo, as mais baixas pensões de reforma e o mais baixo salário médio.
Mais, quando o Sr. Primeiro-Ministro e Sr. Deputado Jorge Coelho falam da pobreza sabem, porque têm de saber, que uma das principais fontes da pobreza reside precisamente nos salários baixos e nas baixas pensões de reforma. E tudo isto deve-se a uma política que acentua as desigualdades! Ou não os choca, por exemplo, que a alta finança, a banca, tenha 177 milhões de contos de lucro e que, simultaneamente, haja pessoas que chegam ao fim do mês a contar os tostões?!
Esta é a política de direita, que combatemos! Nós queremos derrotar é a política de direita, e para isso temos ao nosso lado muitas pessoas, mesmo da vossa bancada!

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, informo que se encontram a assistir à reunião plenária alunos da Escola Secundária de Bocage, de Setúbal, da Escola Básica 2.º e 3.º Ciclos, da Pontinha, da Escola Secundária D. Dinis, de Lisboa, da Escola Secundária de Valbom, da Escola Básica 2, 3 Miguel Torga, da Amadora, da Escola Neves de Rendufe, de Amares em Braga, da Escola Secundária de Odivelas e aguardamos ainda a presença de um grupo de 70 alunos da Escola Básica 2/3 Ciclos Maria Manuel de Sá, de S. Mamede de Infesta.
Peço para todos eles uma calorosa saudação de todos nós.

Aplausos gerais, de pé.

Para formular o último pedido de esclarecimentos ao Sr. Deputado Francisco de Assis, tem a palavra o Sr. Deputado António Capucho.

O Sr. António Capucho (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Francisco de Assis, agora, sim, três notas de rodapé.
Primeiro, quero cumprir, com muito gosto, a praxe parlamentar de cumprimentar os membros dos órgãos eleitos neste Congresso do Partido Socialista.
Segundo, felicito-me pelo reforço da liderança da bancada parlamentar do Partido Socialista, bem simbolizado pela presença do Sr. Deputado Jorge Coelho,…

Risos do PSD e do CDS-PP.

… Presidente da Comissão Permanente do Partido Socialista, que se encontra ao seu lado.

O Sr. Jorge Coelho (PS): - Não se preocupe! É só hoje!

Risos.

O Orador: - A terceira nota é para lhe dizer, Sr. Deputado, que, ouvindo atentamente a sua intervenção, tenho exactamente a mesma sensação do que a generalidade dos observadores políticos e do que generalidade dos comentadores políticos, não os da área adversa à sua, refiro-me àqueles inúmeros comentadores e analistas políticos da área política do Partido Socialista que abundam todos nesta mesma análise: o Partido Socialista descolou da realidade; o Partido Socialista e o Governo entraram num autismo completo. E quer melhor exemplo do que aquilo que eu disse da tribuna, Sr. Deputado? Como eu disse da tribuna, a propósito da reforma fiscal, não há um agente económico que não diga que a reforma fiscal não passa de uma mera «operação de cosmética», mas não apenas! É a já célebre moção aprovada no vosso Congresso que diz que a reforma fiscal não é mais do que uma «operação de cosmética»; contudo, V. Ex.ª considera ser esta a reforma fiscal mais espectacular da história da democracia! Isto é bem o símbolo da descolagem total entre o Partido Socialista e o Governo, por um lado, e a realidade objectiva, por outro!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Por isso, Sr. Deputado, sem prejuízo dos meus cumprimentos, estamos mesmo convencidos de que VV. Ex.as vão regressar ao Largo do Rato, mais depressa do que julgam.

Aplausos do PSD.

Vozes do PS: - Queriam!

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Francisco de Assis.

O Sr. Francisco de Assis (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado António Capucho, permita-me que use apenas