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I SÉRIE — NÚMERO 14

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abrange, potencialmente, mais de 330 000 empresas (o que representa cerca de 74% do tecido empresarial

português) e 180 000 empresários em nome individual, que assim terão a sua carga fiscal e burocrática

substancialmente reduzidas.

O terceiro pilar é a promoção do investimento. Assim, tal como em 2013, é proposto um regime que permite

às pequenas e médias empresas deduzir na sua tributação 10% dos lucros retidos e reinvestidos em

atividades produtivas. Este regime dará um contributo importante para a capitalização dessas empresas e para

o aumento do investimento produtivo.

O consenso social e político em torno da reforma do IRC é crucial para o País.

Estas não são alterações de circunstância. Têm de ser mudanças estruturais, num horizonte para lá de

uma legislatura, para que possamos criar um referencial de estabilidade fiscal, ativo fundamental para

qualquer País. Por este motivo, o Governo abriu o debate à sociedade civil e parceiros sociais, tendo

consultado dezenas de especialistas e entidades de vários quadrantes profissionais e políticos.

Nunca antes uma reforma fiscal suscitou um debate público mais intenso, mais rico e mais informado. E foi

com muita satisfação que o Governo assistiu, no decurso desta discussão pública, à construção de um

consenso social muito alargado sobre a importância crucial desta reforma.

A discussão chega agora à Assembleia da República. Os contributos de todos os partidos são importantes

para melhorar a proposta do Governo. Mas mais ainda: é fundamental que os partidos do arco da

governabilidade trabalhem em conjunto e se comprometam com estas profundas alterações do nosso regime

fiscal.

Assim, faço votos para que agora, em sede de especialidade, a discussão seja participada e construtiva,

mas, acima de tudo, que se centre nos pontos de convergência entre os vários partidos, de forma a encontrar

uma solução comum para o médio e longo prazo.

A reforma do IRC é um passo decisivo para reforçarmos as bases do crescimento sustentado.

O crescimento não se gera por decreto. Os empregos não se criam por palavras. São precisas ações

concretas para resolver os problemas estruturais da economia. Para que o sector privado crie mais e melhores

empregos, Portugal precisa de um sistema fiscal mais competitivo e amigo do crescimento. Conto com o

empenho de todos para o conseguirmos em conjunto.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr.ª Ministra, inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, cinco Srs.

Deputados, a saber, do PCP, do PSD, do BE, de Os Verdes e do PS.

Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Ministra, quem a ouvir e ao Governo há de ficar a pensar

que o País está bloqueado e amarrado por uma taxa de IRC exorbitante que está a matar as empresas com

31,5% de imposto.

Portanto, Sr.ª Ministra, pergunto-lhe: quantas empresas pagam IRC a 31,5%?

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Muito bem!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — É que a taxa efetiva de IRC no nosso País é muito diferente desses valores.

As 140 maiores empresas portuguesas que apresentaram cerca de 7500 milhões de euros pagaram uma taxa

efetiva de IRC de 11,5%. É só uma diferença de 20 pontos percentuais! E o problema da esmagadora maioria

das empresas não é pagarem muito imposto sobre os rendimentos e lucros; é, sim, não terem lucro e estarem

com «a corda na garganta» por não terem vendas,…

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — … porque os senhores estão a esmagar a procura interna, desde logo nos

impostos indiretos de que os senhores não falam, como é o caso do IVA na restauração, mas também com os

cortes brutais no poder de compra da população.