25 DE OUTUBRO DE 2013
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No entanto, eu queria aqui realçar, como disse na intervenção inicial, que, de facto, as empresas que vão
beneficiar do regime simplificado e que verão a sua carga burocrática e fiscal reduzida são, efetivamente, 330
000 a que acrescem 180 000 empresários em nome individual.
Queria também aproveitar para referir nesta intervenção que, em relação às empresas que são
beneficiadas, o benefício é, sobretudo, para estas pequenas empresas. As grandes empresas mantêm uma
tributação acrescida, em sede de derrama estadual, de 5%. Esse regime mantém-se em vigor e foi criado por
este Governo.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Até quando?!
A Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças: — Quanto à questão do prazo do reporte dos prejuízos fiscais
seria também importante que os portugueses soubessem que metade dos países da Europa não tem prazo
limite para o reporte dos prejuízos fiscais.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Exatamente!
A Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças: — Esta é a comparação que deve ser feita e é a comparação
que é relevante. A vizinha Espanha, o país que compete mais diretamente com as nossas empresas, tem 18
anos de prazo.
Quanto às questões que foram colocadas, designadamente quanto custa a reforma do IRC em 2014, é
importante ter presente que os efeitos em 2014 são medidos especialmente pelos pagamentos especiais por
conta e, para que não se tenha a ideia de que o Governo está a esconder números que não são para ser
revelados, direi que os números que temos em 2014 são, efetivamente, a estimativa de impacto no Orçamento
do Estado para 2014.
E, com o estímulo ao investimento que esta reforma do IRC permitirá, à medida que se for reduzindo a
taxa, ao longo do tempo, no desejado consenso social e político para esta reforma, iremos obtendo os
benefícios dinâmicos. Recordo que a experiência portuguesa de redução da taxa do IRC, que ocorreu entre
1996 e 2003, permitiu que, consecutivamente, quer o valor absoluto da taxa cobrada, quer a sua percentagem
no PIB, tenha sempre aumentado.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Pinho de
Almeida.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados:
Esta reforma que hoje é aqui apresentada vai no sentido certo daquilo que deve ser uma alteração de política
fiscal e no sentido contrário àquela que, normalmente, é a política fiscal em Portugal.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Vai no sentido de reduzir taxas, de diminuir a complexidade
do regime do imposto e de assegurar a sua previsibilidade ao longo do tempo. São estas as três garantias
fundamentais para que um sistema fiscal seja competitivo, principalmente quando estamos a falar de impostos
sobre as empresas e quando estamos a falar de uma determinante essencial da definição do investimento por
parte das empresas, quer sejam nacionais, quer sejam estrangeiras.
Sabemos perfeitamente a situação da economia portuguesa e por que é que a economia portuguesa tem
tantas dificuldades neste momento, fruto de uma gestão irresponsável das contas públicas.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!