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25 DE OUTUBRO DE 2013

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No último inquérito de conjuntura ao investimento, 64% dos empresários inquiridos identificam a

insuficiência da procura como o principal fator limitativo do investimento empresarial, seguido da rentabilidade

dos investimentos (12%) e do acesso ao crédito (9%).

Se o Governo quisesse, mas não quer, apoiar as micro e pequenas empresas, que constituem a

esmagadora maioria do tecido empresarial português, começaria por resolver estes problemas.

A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Não quer saber das micro e pequenas empresas!

O Sr. Paulo Sá (PCP): — É necessário realizar uma verdadeira reforma fiscal em Portugal, uma reforma

que alivie a carga tributária sobre os rendimentos dos trabalhadores, o consumo das famílias e a atividade das

micro, pequenas e médias empresas e que, ao mesmo tempo, tribute de forma adequada os grandes grupos

económicos e financeiros, uma reforma que promova uma mais justa distribuição e repartição da riqueza

nacional.

Esta reforma que o Governo apresenta não é a reforma de que o País necessita.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — O Sr. Ministro da Economia inscreveu-se para uma intervenção.

Tem a palavra, Sr. Ministro.

O Sr. Ministro da Economia (António Pires de Lima): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Queria

começar por cumprimentar toda a Assembleia e dizer que é uma tripla coincidência de felicidade estar aqui

hoje, não só por regressar a esta Casa, que já servi, como também por fazê-lo estando na condição de

Presidente a Deputada Teresa Caeiro, minha colega e amiga no passado e amiga no presente e por, como

membro do Governo, da primeira vez que tenho oportunidade de falar no Plenário fazê-lo a propósito de um

tema que me é muito caro e que sempre defendi como a primeira prioridade do ponto de vista de reforma

fiscal, de redução do IRC.

A este propósito, queria lembrar a esta Casa, depois das intervenções que ouvi, o amplo debate com os

empresários e os vários parceiros sociais que o Governo teve o cuidado de fazer antes de apresentar a

fórmula final desta reforma. Não só todas as associações de empresários deram nota de acolhimento desta

reforma e da sua prioridade, como também o fez a UGT, o que deveria merecer ponderação do Partido

Socialista.

A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Não é exatamente assim!

O Sr. Ministro da Economia: — E é fácil perceber porque é que os parceiros sociais entendem que esta

reforma é prioritária.

Em 2006/2007, a taxa de imposto sobre as empresas, em Portugal, era de 27,5% e estava alinhada com a

média da União Europeia. Hoje, é de 31,5% e está 13 pontos acima da média da União Europeia a 12, 6

pontos acima da média da União Europeia a 17 e 9 pontos acima da média da União Europeia a 27.

O Sr. Paulo Sá (PCP): — Fale das taxas efetivas!

O Sr. Ministro da Economia: — Até a Suécia, em nome da atração do investimento, porque este é, de

facto, um problema a nível europeu, já baixou a taxa do IRC de — imaginem! — 26% para 22% no ano de

2013.

A Sr.ª Hortense Martins (PS): — E não fala do IVA?!

O Sr. Ministro da Economia: — De facto, não é possível alhearmo-nos deste tema. O investimento e a

atração do investimento são hoje uma prioridade em termos europeus, e são-no também, obviamente, em

Portugal neste novo ciclo que estamos a procurar construir.