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25 DE OUTUBRO DE 2013

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As suas preocupações antes de chegar ao Governo eram com o mercado interno, com a capacidade de

aquisição das famílias, com a perceção clara de quem conhece a economia de que o que falta é ter uma

economia que tenha capacidade de comprar, porque se as famílias não compram a economia não mexe.

Veio da suposta oposição ao Governo através das propostas que apresentava, tendo até subscrito

documentos no congresso do CDS onde se dizia que tínhamos de reduzir o IVA na restauração e que era

urgente (essa é que era a primeira urgência) acabar com a sobretaxa no IRS, para depois dizer que, afinal, até

podemos espezinhar ainda mais o mercado interno — perceba-se o que é que vai neste Orçamento do Estado

—, retirando 2500 milhões de euros aos salários através do ataque à função pública e atacando o mercado

interno, para depois podermos dar umas benesses — grandes benesses! — aos grandes grupos económicos!

Sr. Ministro, esta não é uma escolha pragmática, é a escolha ideológica de quem sabe que está a fazer o

pior para a economia criando autoestradas para a fuga de capital, reduzindo o espaço da taxação à ação e ao

lucro das empresas, para continuar a amordaçar as famílias que já não aguentam o grito contra este saque

fiscal que está a ocorrer.

Sr. Ministro, pergunto-lhe: foi um engano ter vindo para o Governo? Enganou as pessoas quando ouviam

semanalmente a sua voz crítica ao ataque ao mercado interno e ao saque às famílias ou, agora, redimiu-se e

converteu-se a um novo ciclo? Com certeza será um novo ciclo para si, mas não o são estas políticas, porque

é mais do mesmo: retiram às famílias, retiram a quem trabalha, para continuarem a dar benesses a quem já

vive acima das possibilidades e a quem continua a ter um patamar de espaço que vai para lá de qualquer

sacrifício.

Aplausos do BE.

O Sr. Paulo Sá (PCP): — É o que se chama bem servir o capital!

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr. Ministro, tem a palavra para responder.

O Sr. Ministro da Economia: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, responder-lhe-ei muito

rapidamente, até porque também gostaria de dar a palavra ao meu colega de Governo Paulo Núncio,

Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, para completar a minha resposta.

Sr. Deputado, agradeço a sua intervenção, mas não me colocou qualquer questão relativamente ao tema

do IRC. Nem poderia colocar, porque o Sr. Deputado sabe que, lendo aquilo que fui escrevendo e tendo em

devida nota aquilo que fui dizendo antes de fazer parte do Governo, a redução do IRC sempre foi a primeira

prioridade que defendi do ponto de vista fiscal. Leia e volte a ouvir com atenção, se faz favor, Sr. Deputado.

Protestos do Deputado do BE Pedro Filipe Soares.

Aliás, deve ter sido por essa apregoada e apelidada oposição ao Governo que o Sr. Primeiro-Ministro me

convidou para fazer parte do próprio Governo.

Não tenho, pois, absolutamente mais nada a acrescentar relativamente àquilo que o Sr. Deputado disse.

Aplausos do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para continuar a responder, tem a palavra o Sr. Secretário de Estado

dos Assuntos Ficais.

O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais (Paulo Núncio): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado

Pedro Filipe Soares, gostaria só de deixar uma nota.

O Governo reafirma a sua disponibilidade para discutir, em sede de especialidade, todas as propostas que

sejam apresentadas pelos partidos presentes neste Hemiciclo, nomeadamente as propostas que forem

apresentadas pelo Partido Socialista.