O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 14

62

Sr. Deputado, neste mandato, estivemos mais de metade do tempo a corrigir transposições de diretivas

erradas que o seu gabinete promoveu e, por isso, é compreensível que o Sr. Deputado, em relação às

diretivas europeias, não perceba aquilo a que o Estado está vinculado.

O Sr. Deputado fez uma segunda observação ao perguntar a quem interessa esta alteração. Eu digo-lhe,

olhos nos olhos: aos portugueses. Sabe porquê? Porque os contribuintes estão ainda mais distantes de

alguma vez pagarem pelo serviço universal postal, porque agora as empresas contribuidoras para o fundo são

de uma base mais alargada do que antes. Por isso, o interesse que importa defender a este Governo é o

interesse dos portugueses e mais nenhum.

Sr. Deputado Bruno Dias, os serviços permutáveis são aqueles que, na sua essência ou na sua prestação,

podem ser, como o próprio nome indica, permutáveis com o serviço universal. Dou-lhe um exemplo, mas far-

me-á a justiça de tentar ter um debate sério consigo relativamente a estas matérias.

Por exemplo, as empresas que fazem a distribuição de correio publicitário não endereçado são, em tese —

depois a ANACOM tem a responsabilidade de fazer a verificação — empresas que prestam serviços

permutáveis com o serviço universal e que agora são chamadas a fazer a abrangência e a sua contribuição

relativamente ao fundo. Dou-lhe este exemplo apenas como ilustrativo da pergunta que me fez.

Sobre a questão da rede e o que está em causa, Sr. Deputado, a rede que hoje temos é a dos correios, e

continuará a ser a rede dos CTT. Em 2020, quando o contrato de prestação do serviço universal terminar,

pode ser que outro prestador esteja interessado em prestar o serviço em condições mais competitivas que os

próprios CTT. Só que replicar uma rede dos CTT teria um custo. O que estamos a fazer nas comunicações

postais é o mesmo que já foi feito no passado relativamente às comunicações eletrónicas, que é definir um

conjunto de regras de acesso aos postos de distribuição e à logística, relevantes para efeitos da prestação do

serviço universal, para que não haja barreiras à entrada, para que se possa criar mais emprego no setor postal

e para que mais prestadores possam entrar neste mesmo mercado.

Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, a proposta de lei não está enquadrada no processo de privatização. Não

é por isso que a trazemos aqui. O que trazemos é a clarificação relativamente aos contribuidores do fundo e

às regras de acesso à rede, porque elas são hoje relevantes, face à experiência que já existe e às matérias

sobre as quais a ANACOM se tem vindo a debruçar e às recomendações que têm sido feitas ao Governo.

Independentemente do que acontecer no processo de privatização, esta alteração à lei era necessária e não

visa outra coisa do que clarificar a base de contribuidores para o fundo e as regras de acesso ao serviço

universal.

Por fim, Sr. Deputado, disse que o Estado se demitia das suas funções e as relega no regulador. Sr.

Deputado, o Estado não se demite das suas funções. Entende é que, ao reduzir a participação acionista numa

empresa, tem de reforçar as competências do regulador, o seu poder sancionatório e a agilidade que tem na

resposta a eventuais disrupções de mercado.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Agora, sim, para apresentar o projeto de resolução n.º 856/XII (3.ª),

tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.ª e Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs.

Deputados: Dizia o Sr. Secretário de Estado que esta proposta de lei nada tem a ver com a privatização. Pode

ser uma afirmação legítima, que fica com o Sr. Secretário de Estado, mas parece-me que não se enquadra

bem com a realidade. Chega no momento da privatização, enquadra a ação da empresa após a privatização e

enquadra a prestação do serviço universal após a privatização.

Para além disso, enquadra, de uma forma diferente, o fundo de compensação, também preparando-o para

o pós-privatização.

Pode não ser essa a vontade inicial, mas que parece, parece! Isso, devo dizer-lhe, Sr. Secretário de

Estado.

Exatamente por isso trazemos a esta Câmara uma proposta que visa parar o que o Governo está a fazer

de mal ao País. O Governo está a fazer mal às populações, porque está a atacar um serviço que lhes é

essencial, com o qual aprenderam a viver ao longo de cinco séculos de história e que lhes faz falta no dia-a-