O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

25 DE OUTUBRO DE 2013

63

dia. O Governo afasta delas não só serviços essenciais (e todos sabemos que o serviço postal é essencial),

mas também o relacionamento de proximidade, porque é aí que as pessoas vão levantar as suas pensões (o

relacionamento de proximidade que há a esses serviços é essencial), e a manutenção do sigilo, que não é

algo que seja despiciente nesta matéria.

Tudo isso está a ficar em causa com o processo de privatização, porque o Governo está a encerrar, por

vontade sua e por indicação à empresa, estações atrás de estações, reduzindo o serviço prestado às

populações e deixando o País mais pobre para preparar a empresa para a privatização e deixar os privados

mais ricos e mais fáceis de gerir na sua relação com a empresa e no seu abocanhar de um serviço essencial

ao País.

É também um ataque à economia — e sabemos que este serviço faz falta à economia —, porque cria

dificuldade às empresas, que vão ter mais custos de deslocação para ter acesso aos serviços postais, e cria

dificuldade à economia, porque vai trazer desemprego em muitas localidades do interior. Nós já sabemos que

se contam por dezenas de milhares, repito, dezenas de milhares os postos de trabalho que estão em risco

com a privatização que o Governo quer levar por diante.

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Muito bem!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — E, nos dias de hoje, o emprego vale ouro. Se, nos dias de hoje, a

empresa pública, porque está a ser preparada para a privatização, já está a rescindir contratos com as

pessoas que estavam a prazo, que eram temporários, que tinham algum tipo de vínculo que não era

permanente, se já está a fazer isso, sabemos que será muito pior após a privatização. E se o emprego tem

valor para o Governo, se o Governo quer manter a necessidade de combate ao desemprego, então, em nome

desse combate, não pode, também por isso, promover a privatização.

Termino, Sr.ª Presidente, com uma matéria essencial: vamos discutir, dentro de dias, o Orçamento do

Estado. Nele todos os cêntimos do lado da despesa serão contabilizados, assim como todos os cêntimos do

lado da receita e esta é uma empresa que, desde 2005, rendeu ao Estado quase 500 milhões de euros.

Repito: 500 milhões de euros!

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Exatamente!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Não poderemos dizer que é despiciendo. Por não ser despiciendo mas

por ser importante para as contas públicas, por ser um serviço essencial que promove a coesão territorial,…

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Muito bem!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — … por fazer falta ao emprego, não compreendemos, senão por

fanatismo ideológico dos que querem cortar tudo o que é público, esta escolha do Governo.

Hoje, ainda estamos a tempo de parar esta má escolha. Haja a coragem da maioria de reconhecer que

está errada e de combater este fanatismo ideológico, porque, senão, estará no bolso daqueles que querem

atacar as populações no que lhes é essencial.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Serra.

O Sr. Nuno Serra (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.ª e Sr. Secretários de Estado, Sr.as

e Srs. Deputados: A

questão da privatização dos CTT não pode continuar a ser vista única e exclusivamente de um ponto de vista

ideológico, até porque já não é uma questão única no espaço europeu. Aliás, o movimento de privatização dos

correios é transversal a muitos países que são considerados referência no serviço público internacional.

E isto porque o negócio dos correios está em transformação acelerada fazendo com que a exigência na

aquisição de novos conceitos e de novas competências a oferecer pelos fornecedores do serviço postal seja

um ato de continuidade e de urgência.