I SÉRIE — NÚMERO 36
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Tejo —, e utilizar essa desgraça, esse sentimento humano, para vir aqui fazer um discurso político, miserável,
despudorado e vil é absolutamente inaceitável.
A Sr.ª Carla Rodrigues (PSD): — Muito bem!
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Disse-lhe isto de manhã, na Comissão de Saúde, porque o requerimento
que o PCP apresentou contém exatamente este tipo de linguagem. De qualquer modo, viabilizámos esse
requerimento, porque, de facto, queremos que o PCP seja revelado e que fique a nu a falta de fundamento e
substância do discurso repetitivo que utiliza constantemente. E só para lhe dar um exemplo, Sr.ª Deputada, os
senhores andaram três meses a afirmar que os doentes que estão em tratamento oncológico não têm
acesso…
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Como estava a dizer, os senhores andaram três meses a afirmar que os doentes que estão em tratamento
oncológico não têm acesso a medicamentos inovadores, porque o Governo está a restringir o acesso a esses
medicamentos. Hoje de manhã, tivemos na Comissão de Saúde os Presidentes dos Institutos de Oncologia de
Lisboa, Porto e Coimbra e o Diretor do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas e todos eles foram
perentórios e a desmentiram, Sr.ª Deputada. Todos eles apresentaram números que mostram que, do ano
passado para este ano, têm sido consumidos mais medicamentos, e mais medicamentos inovadores, mas
com uma terapêutica relativamente útil e eficaz para as pessoas, porque isto é que é importante.
Sr.ª Deputada, entre aquilo que a senhora afirma, aquilo que a senhora sonha e aquilo que é a realidade,
vai, felizmente, uma grande distância, mas, amanhã, vamos continuar este debate, a propósito da apreciação
parlamentar que os senhores requereram.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Paula Santos.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Miguel Santos, quem tem um problema com a
realidade não é o PCP, porque, infelizmente, todas as questões que aqui suscitámos, todos os casos que aqui
referimos correspondem à realidade. Quem continua a enfiar a cabeça na areia é o PSD, que continua a não
querer avaliar e ver as consequências da sua política.
Aplausos do PCP.
Aliás, o Sr. Deputado utilizou bastante tempo da sua intervenção a caracterizar a linguagem do PCP para
não ter de falar das questões de saúde que hoje milhares e milhares de portugueses vivem,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — … para não ter de falar das situações dramáticas que, hoje, milhares e
milhares de portugueses sentem, porque não têm acesso aos cuidados de saúde.
Mas, quanto à adjetivação que o Sr. Deputado utilizou em relação à nossa intervenção e às nossas
preocupações, Sr. Deputado, só lhe tenho a dizer que as palavras ficam com quem as profere, por isso são da
sua responsabilidade.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — O Sr. Deputado, certamente, não ouviu a intervenção que tivemos
oportunidade de fazer na Assembleia da República, porque o PCP não referiu um caso! O Sr. Deputado tentou