16 DE JANEIRO DE 2014
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resumir a nossa análise e a nossa avaliação da política deste Governo a uma situação, mas nós não referimos
apenas uma situação, elas são muitas e vão-se avolumando! Nós destacámos algumas, mas a verdade é que,
infelizmente, de Norte a Sul do País, hoje, as pessoas têm mais dificuldade em aceder aos cuidados de saúde,
e é isto que os Srs. Deputados insistem em não ver! Não são situações pontuais, Sr. Deputado, infelizmente
são cada vez mais frequentes e mais preocupantes!
Em relação à audição que hoje decorreu na Comissão de Saúde, onde estiveram os três presidentes dos
Institutos Portugueses de Oncologia (IPO), tenho pena que o Sr. Deputado não tenha registado um conjunto
de elementos que são verdadeiramente preocupantes e que estão relacionados com o acesso dos doentes
oncológicos aos tratamentos de que necessitam!
O facto de terem saído 90 técnicos do IPO do Porto, muitos deles técnicos de radioterapia, de no IPO de
Lisboa se ter feito um pedido para a contratação de profissionais há dois anos e ainda não haver resposta por
parte do Governo e de no IPO de Coimbra, infelizmente por falecimento, se terem perdido dois médicos e
ainda não haver autorização para proceder à respetiva contratação, tem ou não consequências no tratamento
e no acompanhamento?!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Não é determinante a contratação de profissionais para dar uma resposta
atempada que, na situação dos doentes oncológicos, é tão importante e determinante para ter sucesso na
cura?!
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para um pedido de esclarecimento, tem a palavra a Sr.ª Deputada
Isabel Galriça Neto.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Paula Santos, gostaria, talvez num
tom mais sereno, até pela solenidade que o tema exige, de começar por lhe agradecer por ter trazido a
discussão o tema da saúde, um tema que é particularmente caro a todos.
Gostaria de garantir — não tenho a mais pequena dúvida — que todos os Deputados deste Plenário estão
preocupados com a saúde dos cidadãos. E o CDS acompanha os relatos a que a senhora aludiu, porque,
efetivamente, o respeito pelo sofrimento das pessoas, a preocupação pelo direito à saúde é qualquer coisa
que — deixe-me dizer-lhe — não é um monopólio do Partido Comunista Português. Para nós, esse é um valor
sagrado.
O que tem de acontecer, efetivamente, é que o respeito por cada uma das pessoas, bem como pelo
sofrimento que pode acontecer a cada dos que está a passar por essa situação de doença, não nos pode
levar, até pela responsabilidade da nossa situação, a criar um caldo emocional que, longe de um clima de
serenidade e de racionalidade, desenvolva nos portugueses a ilusão de que tudo está caótico, de que o
Serviço Nacional de Saúde não serve os cidadãos! E isso, em nosso entender — e já me alargarei sobre essa
temática —, não é de todo verdade!
A responsabilidade exige que aqui ultrapassemos a emocionalidade e falemos de coisas concretas.
Portanto, a primeira coisa concreta que lhe quero transmitir é que da nossa parte não ouvirá dizer que está
tudo bem!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Pelo menos isso!
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Isso é impossível. Numa área como a saúde e com a
complexidade que a mesma invoca, não pode ouvir dizer que está tudo bem!
O Sr. João Oliveira (PCP): — É isso que diz o PSD!