I SÉRIE — NÚMERO 36
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A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Contudo, a propósito da preocupação com o Serviço Nacional de
Saúde, o que temos de começar por dizer é que é precisamente por estar preocupado com os mais
vulneráveis, com os que têm a necessidade de manter o direito à saúde, que este Governo vem tomando
medidas para corrigir uma situação gravíssima — à qual, por exemplo, não ouvi o Partido Socialista aludir —
de extremo endividamento! Foram herdadas dívidas de 300 milhões de euros, não foi este Governo que criou
esta situação, dívidas essas que capturaram o Serviço Nacional de Saúde e ameaçaram completamente a sua
sustentabilidade! Se o Serviço Nacional de Saúde não estivesse a funcionar, nós não tínhamos o acesso que
estamos a ter, nem tínhamos a resposta que tem sido dada!
Portanto, de facto, a preocupação com a viabilidade do Serviço Nacional de Saúde, ao contrário do que
aqui já foi dito, é um valor para este Governo e é, de facto, uma ferramenta de coesão social!
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Vou terminar, Sr. Presidente, pedindo-lhe um pouco de tolerância.
Resolver o problema do endividamento é efetivamente um imperativo ético. Portanto, houve cortes na
despesa, porque era necessário cortá-la! Mas onde é que se fizeram esses cortes?! É pena que isso não
tenha sido referido! Fizeram-se esses cortes reduzindo o preço dos medicamentos, a despesa hospitalar, a
despesa de medicamentos para o contribuinte e as horas extraordinárias, aumentando a capacidade instalada
e a capacidade do Estado para dar resposta aos cidadãos; combatendo a fraude!
Sr..ª Deputada, também não a ouvimos falar no combate à fraude. Este Governo garantiu que,
efetivamente, a despesa na saúde era desviada para onde tinha que ser aplicada!
Assim sendo, o que gostaria de dizer, para concluir,…
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Tem mesmo de concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — … é que, apesar deste cenário de dificuldades, o que verificamos
é que, pelo segundo ano consecutivo (a Sr.ª Deputada também não aludiu a isso), não haverá aumento das
taxas moderadoras! Portanto, continuamos a ter mais de cinco milhões de portugueses…
A Sr. Paula Santos (PCP): — Oh!…
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Ah, mas isso parece que não conta, Sr.ª Deputada!
Continuamos a ter um aumento no consumo de genéricos!
Continuamos a ter um aumento do número de portugueses com médico de família!
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — O que queria aqui deixar claro é que, no respeito pelas situações
individuais que este Governo tem acompanhado… Aliás, quando aludiu às colonoscopias, a Sr.ª Deputada
esqueceu-se de dizer que o Governo, imediatamente, e preocupado com essa situação, contratualizou um
aumento das colonoscopias. Não o disse, Sr.ª Deputada, mas deveria tê-lo dito! A bem de quê? Da
serenidade, da responsabilidade e daquilo que todos os portugueses querem: um Serviço Nacional de Saúde
que responda às suas necessidades e que esteja efetivamente mais próximo do cidadão!
Muito obrigada pela sua tolerância, Sr. Presidente.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Paula Santos.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto, começo por agradecer a
sua intervenção e as suas questões. E registamos desde já a diferença de tom da intervenção do CDS em
relação à do PSD e o reconhecimento de que, efetivamente, não está tudo bem.