16 DE JANEIRO DE 2014
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as pessoas no seu local de residência nenhum sítio onde se possam deslocar num situação de urgência, onde
é que elas vão, quando o único local disponível é a urgência hospitalar?!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Esta é uma situação que ocorreu recentemente no Porto, com o
encerramento do Serviço de Atendimento de Situações Urgentes (SASU) do Porto, transformando-o em
serviço de atendimento complementar com um horário muito mais reduzido. Fora deste horário de
funcionamento, o que resta para muitos utentes são os Serviços de Urgência dos Hospitais de São João ou de
Santo António do Porto. Efetivamente, isto não é bom para os utentes, não é bom para o Serviço Nacional de
Saúde, mas o tão apregoado investimento nos cuidados de saúde primários ainda se está para ver por parte
deste Governo.
Sr.ª Deputada Helena Pinto, a terminar, queria dizer que o PCP considera que não é com o pacto de
agressão, não é com esta política que se defende o Serviço Nacional de Saúde. Entendemos que a luta dos
utentes e dos profissionais de saúde é determinante, porque, efetivamente, tem sido por aqui que se
conseguiu que a conquista do direito à saúde ficasse consagrado na nossa Constituição. Foi a nossa
Revolução que permitiu este avanço e que tantos ganhos de saúde trouxe ao nosso País, num curto espaço
de tempo. Foi com o Serviço Nacional de Saúde e com Abril que muitos portugueses tiveram, pela primeira
vez, acesso à consulta.
Consideramos que é urgente, é necessário, que retomemos este caminho e, para isso, é necessário
romper com o pacto de agressão, é necessária a rotura com esta política, a política de direita que tem vindo a
ser seguida ao longo de mais de 30 anos, é necessária a demissão deste Governo.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr.ª Deputada Helena Pinto, também é muito importante dizer que mais do
que mudar as caras é determinante a mudança da política.
Para isso, o PCP defende não só a marcação de eleições antecipadas, mas também uma mudança de
rumo pelos valores de Abril.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma declaração política, tem a palavra a Sr.ª Deputada
Mariana Mortágua, cuja intervenção versará sobre a Caixa Seguros — nomeações efetuadas pelo Governo.
Tem a palavra, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Sr.as
Deputadas e Srs. Deputados: Lixo. Lixo para a
Standart & Poor´s, ameaça de lá ir parar pela Moodys. É esta avaliação que as duas maiores agências de
notação fazem da empresa a quem o Governo decidiu entregar um terço do mercado segurador nacional, com
a privatização da Caixa Seguros.
Nem uma semana passou e, ironia das ironias, os sacrossantos mercados desmentem de forma categórica
e taxativa as garantias fornecidas pelo Governo no final do Conselho de Ministros.
Dizia, então, o Secretário de Estado que o Governo tem «declarações de instituições que garantem que [a
Fosun] tem disponibilidades financeiras para o negócio». Como o Governo nunca disse que garantias e
instituições eram estas, e como os mercados olham de soslaio para esta empresa aventureira, percebemos
que devem ser garantias à Oliveira e Costa e BPN.
Aplausos do BE.
Como vem sendo habitual com PSD e CDS, a escolha da empresa a quem foi entregue mais um setor
estratégico nacional tem uma história, e esta história está muito longe de ser transparente.