O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 36

26

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Segunda questão, sobre a Caixa Seguros, em concreto. Sobre a Caixa

Seguros, é importante fazer esta referência: desde o momento zero que está prevista a alienação, no

Memorando de Entendimento. Os Srs. Deputados não quiseram sentar-se à mesa com a troica e, portanto,

não quiseram participar no processo de elaboração desse Memorando de Entendimento, mas o Partido

Socialista, o Partido Social Democrata e o CDS participaram nessa negociação, e está lá, pelo que não é

novidade para ninguém. Desde o momento zero que sabemos que este é um ativo cuja alienação está

prevista. E foi prevista antes das eleições e, mesmo assim, estes partidos beneficiaram do voto de mais de

80% dos portugueses!

A Sr.ª Conceição Bessa Ruão (PSD): — Bem visto!

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Terceira questão, transparência. Há quem diga que o processo decorre,

mas a transparência é limitada. Tenho de vos dizer o seguinte: o decreto, com os critérios da privatização, foi

conhecido; o caderno de encargos foi conhecido; foi nomeada uma comissão de acompanhamento, que

analisou todo o processo; o Tribunal de Contas e a CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários)

acompanham o processo; o próprio Parlamento pode, a qualquer momento, acompanhar o processo e, para a

semana, teremos aqui a equipa das finanças, Sr.ª Deputada Mariana Mortágua. Perguntem aquilo que tiverem

que perguntar, porque toda a transparência deve ser sempre dada aos portugueses e também a esta Casa.

Portanto, não coloquem a questão da transparência em cima da mesa.

Pode colocar-se, então, a outra questão: a do rating da empresa, em concreto. Dizem os Srs. Deputados:

«Mas esta empresa que fica detentora da Caixa Seguros tem um rating que não é abonatório.» Mas, Sr.ª

Deputada, se nós não devemos confiar nesta empresa porque tem um rating que não é o melhor — em todo o

caso, é superior ao rating da República —, faço-lhe esta pergunta: está a Sr.ª Deputada a dizer, então, aos

mercados e aos nossos credores que não devem confiar na dívida pública portuguesa, que não devem confiar

em Portugal?

Vozes do PSD: — Muito bem!

Protestos da Deputada do BE Mariana Mortágua.

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — O que nós sabemos, Sr.ª Deputada, é que todas as regras foram

cumpridas. A transparência foi total,…

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — … a privatização foi bem-sucedida e, por isso, já ultrapassámos em muito

aquilo que era o encaixe financeiro inicial.

Mas eu sei, Sr. Presidente e Srs. Deputados, que há uma privatização que, se fosse a concurso, falharia:

era a privatização da demagogia existente no Bloco de Esquerda, porque essa ninguém quer comprar.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Duarte Pacheco, três notas.

Primeira, sobre confiança. O partido que concorreu a eleições prometendo aos portugueses que nunca

cortaria subsídios, que nunca aumentaria impostos, que nunca desceria salários porque não seria necessário

foi o seu partido, o PSD.

Protestos do PSD.