16 DE JANEIRO DE 2014
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Entendemos que as medidas que estão a ser tomadas são de uma profunda injustiça, agravam a pobreza
de uma forma particular entre os reformados e são inaceitáveis.
Importa fazer perguntas concretas ao Partido Socialista: está ou não o PS disponível para fazer um ato de
contrição e assumir, aqui, as suas responsabilidades por ter aprovado um fator de sustentabilidade que hoje é
usado pela maioria PSD/CDS-PP para aumentar a idade legal da reforma?
O Sr. David Costa (PCP): — Exatamente!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Está ou não o PS disponível para fazer um ato de contrição e dizer que foi
um erro aumentar a idade da reforma dos trabalhadores da Administração Pública?
Está ou não o Partido Socialista disposto a dizer que é uma injustiça e um profundo erro a assinatura por
parte do PS do pacto de agressão e de um conjunto muito vasto de medidas que atingem, de forma muito
particular, os reformados portugueses?
É que o PS tem um passado negro relativamente a esta matéria, um passado negro, com muitas
malfeitorias que têm feito aos reformados portugueses, que importa aqui salientar. A saber, o não aumento
das reformas mais baixas,…
O Sr. António Braga (PS): — Quais? Só algumas!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — … que agora é seguido pela maioria PSD/CDS-PP, que diz que aumenta
apenas algumas reformas, as mais baixas de todas, em que o aumento é de 5 cêntimos, o que é inaceitável.
Portanto, não há distinção no comportamento em relação aos reformados.
O Sr. António Braga (PS): — Não há distinção?!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Está ou não o Partido Socialista disponível para aceitar esta matéria?
A segunda questão diz respeito à parte final da sua intervenção. Diz a Sr.ª Deputada que o Governo não
ouve, que persiste no ataque aos reformados, que continua o mesmo caminho, injusto e, muitas vezes,
inconstitucional. Muito bem! E agora, qual é a consequência? O que é que o Partido Socialista quer? Derrotar
este Governo e promover eleições o mais rapidamente possível ou manter este Governo em funções para
continuar a persistir neste caminho de pobreza e afundamento?
O Sr. David Costa (PCP): — Muito bem!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — É que o Partido Socialista desistiu do discurso em torno da demissão
imediata deste Governo e da convocação antecipada das eleições.
O PCP não tem ilusões quanto a esta matéria: não há esperanças quanto a esta maioria PSD/CDS-PP.
Cada dia que passa, com esta maioria, é mais um dia de afundamento, de miséria, de pobreza para os
reformados portugueses. Como se situa o Partido Socialista relativamente a esta matéria? Demissão do
Governo? Sim ou não à convocação imediata das eleições? É isso que se impõe no País para pôr termo a
este caminho de desgraça nacional.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria de Belém
Roseira.
A Sr.ª Maria de Belém Roseira (PS): — Sr. Presidente, agradecendo as questões colocadas pelo Sr.
Deputado Jorge Machado, perdoe-me, mas vejo com crescente preocupação que o PCP adote uma linguagem
religiosa nas suas questões, colocando o PS na posição de fazer atos de contrição…
O Sr. António Braga (PS): — Muito bem!