16 DE JANEIRO DE 2014
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há muitos anos a militar neste partido, considero que não está na doutrina social da igreja congelar pensões
mínimas, sociais e rurais de 195 € ou 240 €.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Mas, sabe, não foi este partido que o fez; foi o partido de V. Ex.ª.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Bem lembrado!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Nós fizemos exatamente o contrário: aumentámos pensões e jugo que
aí — far-me-á justiça — estamos dentro daquilo que defende a doutrina social da igreja.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Depois, queria dizer-lhe, Sr.ª Deputada, que não gostaria, pois acho que o País nada ganha com isso, que
houvesse aqui um campeonato entre quem nesta matéria pode eventualmente dizer que faz mais.
Acho que, concordando com os princípios que aqui enunciou e concordando até que este Governo respeita
integralmente as decisões do Tribunal Constitucional sem, no entanto, ter soluções que lhe pareçam mais
justas e equitativas, as aceita enquanto alternativas — e sempre cumprindo os mesmos princípios que V. Ex.ª
aqui defendeu.
A verdade é que V. Ex.ª não pode negar, porque sabe como aqui chegámos, que vivemos um momento
excecional. E momentos excecionais requerem medidas excecionais…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — E transitórias!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — … e transitórias.
Dirá a verdade, e dirá obviamente a boa fé, que tenho razão nesta matéria.
Outro dos problemas que, julgo, V. Ex.ª não conhece e sobre o qual gostaria de conhecer a sua opinião é o
problema a nível demográfico, que coloca desafios e questões para o futuro.
E quero acreditar que V. Ex.ª concordará comigo que, assim como qualquer jovem está hoje preocupado
com a situação do seu avô, também qualquer idoso está hoje preocupado com a situação do seu neto.
Portanto, não há aqui um conflito entre gerações; há preocupações sobre o presente e sobre o futuro.
Aliás, o Governo do Partido Socialista, conhecedor destas dificuldades, há muito tempo vem pensando
sobre estas matérias e há muito tempo tem vindo até a fazer ajustamentos, para não dizer cortes, que hoje
nos acusam de fazer. Portanto, não desconhecerá nenhuma dessas matérias.
Por isso, encontrar-se uma solução alternativa ao chumbo do Tribunal Constitucional, a qual deixa de fora,
para os contribuintes da segurança social, 95% desses contribuintes, parece-me uma atitude ponderada,
equilibrada e proporcional.
E uma vez encontrada, por critérios meramente de justiça e de proporcionalidade, uma solução de
equilíbrio na convergência de pensões, gostaria de perguntar à Sr.ª Deputada se acha errado que hoje se
tentem aproximar regimes, de acordo com o tal princípio da igualdade e da proporcionalidade.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Portanto, o que gostaríamos de saber é se discorda destes desafios que se colocam para o futuro e se o
Partido Socialista, para além de vir aqui fazer um pouco a constatação dos factos, está disponível para, num
grupo de trabalho, no Parlamento ou onde quer que seja, tornarmos a segurança social verdadeiramente
sustentável, justa, equilibrada e proporcional, não só entre gerações, mas também para agora e para o futuro.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.