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16 DE JANEIRO DE 2014

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O que V. Ex.ª, no entanto, aqui trouxe foram alguns paradoxos que, perdoar-me-á, quero ilustrar e

sublinhar: dois paradoxos do ponto de vista político e um paradoxo técnico.

Do ponto de vista político, Sr.ª Deputada, VV. Ex.as

criaram um problema enorme ao País, um problema de

finanças públicas, um problema de pré-falência de Portugal. E agora V. Ex.ª critica as medidas tendentes a

resgatar o País deste problema que os senhores criaram. Este é o primeiro paradoxo, Sr.ª Deputada, que me

há de explicar.

O segundo paradoxo é que os senhores querem que, no dia 17 de maio de 2014, a troica saia limpinha

deste País. No entanto, VV. Ex.as

criticam e atacam as medidas que são essenciais para que realmente a

troica saia, como querem no PS, limpinha deste País. Bom, há de explicar-me como é que como é que V. Ex.ª

resolve esse paradoxo.

Do ponto de vista da questão das pensões, que V. Ex.ª aqui trouxe, há ainda um paradoxo técnico que lhe

quero apontar. A última coisa que podemos fazer — V. Ex.ª fê-lo abundantemente e peço-lhe que não o faça,

porque fê-lo até relativamente a outras pessoas que já foram invocadas — é este paradoxo: «nós queremos

salvaguardar em absoluto as pensões daqueles que já são pensionistas, mas não queremos que haja

solidariedade intergeracional. Isto é, nós não queremos que aquelas pessoas que ainda não são pensionistas

possam ter a sua pensão salvaguardada por parte do Estado».

Não, Sr.ª Deputada. Nós dizemos o seguinte: nós respeitamos os pensionistas, sim. Nós salvaguardamos

os pensionistas, sim. No entanto, temos a noção — seguindo, aliás, aquilo que o Tribunal Constitucional disse

em 2009, no Acórdão n.º 188 — de que são prevalecentes o princípio da justiça intergeracional e o princípio

da sustentabilidade do sistema da segurança social.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.

O Sr. Adão Silva (PSD): — Ora, nós queremos exatamente isto: queremos que haja justiça intergeracional

e queremos que haja sustentabilidade no sistema de segurança social.

Sr. Presidente, permita-me, e com isto concluo,…

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Permito, mas tem de concluir, se faz favor, Sr. Deputado.

O Sr. Adão Silva (PSD): — Concluirei, Sr. Presidente.

Hoje não há tempo para discutirmos esta matéria em abundância, como ela, aliás, merece, mas quero

dizer-lhe, Sr.ª Deputada, que a última reforma da segurança social, que de resto deu origem à Lei n.º 4/2007, é

uma reforma que se sustenta em dados completamente errados e em dois dados essenciais. Pergunto: quanto

é que crescia o PIB, segundo a projeção feita nesta lei de bases?

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Sr. Deputado, peço-lhe que termine.

O Sr. Adão Silva (PSD): — Eu digo-lhe, Sr.ª Deputada: 3%. E quanto é que cresceu o emprego? Eu digo-

lhe, Sr.ª Deputada. O desemprego era de 4,2%. Portanto, esta situação não se verificou. A lei de bases está

errada. A sustentabilidade da segurança social hoje não existe e, mais do que nada, é essencial este apelo ao

PS também,…

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Muito obrigado, Sr. Deputado. Tem de concluir.

O Sr. Adão Silva (PSD): — … para se encontrarem formas de sustentar este bem maior, que é o Estado

social e a segurança social em Portugal.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria de Belém

Roseira.