I SÉRIE — NÚMERO 36
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A Sr.ª Maria de Belém Roseira (PS): — … e o CDS-PP, Centro Democrático Social, a afastar-se das
posições da doutrina social da igreja. Vejo isto com preocupação.
No que se refere aos pensionistas, gostava de lhe dizer o seguinte: o PS negociou, em concertação social,
a introdução do fator de sustentabilidade para as pensões.
O Sr. António Braga (PS): — Ora bem!
A Sr.ª Maria de Belém Roseira (PS): — E o PS considera, e bem — repito, e bem —, que a um aumento
dos níveis de saúde da população pode corresponder um alargamento da idade ativa.
Protestos do Deputado do PCP Jorge Machado.
É um sucesso societário que as pessoas possam viver mais anos com saúde e é indispensável que,
vivendo mais anos com saúde, através das prestações de um serviço financiado pela solidariedade, como é o
Serviço Nacional de Saúde, dê um retorno à sociedade, trabalhando de acordo com os parâmetros
adequados. Sem excessos, mas com o retorno que a nossa crença e o nosso desenho na solidariedade
consideram e constroem numa base de equilíbrio, numa base de retorno do que é devido à sociedade e aos
contribuintes portugueses.
Agora, Sr.as
e Srs. Deputados, como o Sr. Deputado Jorge Machado sabe, o PS viu-se compelido a aceitar
a troica em Portugal — …
O Sr. António Braga (PS): — Ora bem!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — «Compelido» porquê?
A Sr.ª Maria de Belém Roseira (PS): — … e o Grupo Parlamentar do PCP deu, na altura, uma substancial
ajuda aos partidos da maioria para que assim acontecesse —,…
O Sr. António Braga (PS): — É verdade!
A Sr.ª Maria de Belém Roseira (PS): — … quando nós já sabíamos que os partidos da maioria queriam a
troica em Portugal, não só porque isso era indispensável, mas porque, como ainda ontem veio demonstrado
num artigo de um jornal insuspeito de estar ligado ao Partido Socialista, diziam que era uma oportunidade.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Vai falar outra vez do PEC 4?
A Sr.ª Maria de Belém Roseira (PS): — E para os partidos à nossa direita era, realmente, uma
oportunidade. Uma oportunidade para começar um caminho de destruição, de enfraquecimento e de
emagrecimento dos direitos sociais, que não tem precedente nem comparação com qualquer um dos outros
países que estão em ajustamento.
De maneira que, Sr. Deputado, muito obrigada pelas suas questões. Espero ter satisfeito a sua curiosidade
relativamente a atos de contrição, que, como é evidente, relevam do espaço do privado e não do público.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Hélder
Amaral.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Maria de Belém, queria agradecer o tema
que aqui trouxe e colocar-lhe algumas questões, não sem antes lhe dizer que, sendo eu um democrata-cristão,