O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 33

20

porque o País que dizem querer salvar para pagar a dívida sucumbiu ao pagamento da dívida, porque tudo foi

destruído. Nada resiste num País que gasta recursos deste montante em juros e em pagamentos de dívida.

Diz a Sr.ª Ministra que não podemos reestruturar a dívida porque ficávamos sem financiamento. Mas todo o

financiamento que temos neste momento é para pagar a dívida! Assim, onde estão os recursos suficientes

para investir no País?

Diz a Sr.ª Ministra que não pagar a dívida é um radicalismo e que se o fizéssemos nunca mais

conseguiríamos integrar-nos nos mercados. Em primeiro lugar, ninguém diz: «Não vamos pagar a dívida», isso

é uma simplificação muito pouco séria intelectualmente da parte do Governo e dos partidos da maioria. Em

segundo lugar, há exemplos práticos de países que reestruturaram as suas dívidas e que conseguiram

recuperar e aceder a mercados mais tarde.

Protestos do Deputado do PSD Duarte Pacheco.

Dizem o CDS e o PSD, tal como o disse também a Sr.ª Ministra há pouco: «Não renegamos os nossos

compromissos. Um Estado sério não renega os seus compromissos.» Lamento informar, mas renegaram os

compromissos com os pensionistas, quebraram os compromissos com os trabalhadores, quebraram os

compromissos com os enfermeiros, com os trabalhadores precários, com os desempregados, com os jovens,

para quem puseram uma placa no País a dizer: «Voltem mais tarde!», porque foi isso que fizeram aos jovens.

Renegaram compromissos com este País para não renegar compromissos com os credores.

Entretanto, assumiu a presidência a Presidente, Maria da Assunção Esteves.

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.

Portanto, Sr.ª Ministra e Srs. Deputados do PSD e do CDS, nunca ninguém levou tão longe o «não

pagamos» como este Governo, o PSD e o CDS. Mas não pagamos salários, não pagamos pensões, não

pagamos serviços públicos.

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Pagamos, pagamos! Se fizéssemos o que os senhores querem é que

não haveria dinheiro para pagar!

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Foi esta a política da maioria nos últimos três anos!

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Concluídas as perguntas, tem, agora, a palavra a Sr.ª Ministra de Estado e das

Finanças para responder.

A Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças: — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Vera Rodrigues, começaria

por responder às questões que me colocou, tendo dito que o PS não tem uma posição sustentada e definida.

É verdade, Sr.ª Deputada, e é pena. Em todo o caso, já há uma evolução na sua posição sobre a dívida: «Não

pagamos e deixamos os alemães a tremer as pernas». Acho que já é uma evolução positiva!…

Em qualquer caso, a Sr.ª Deputada lembrou, e bem, que também na conferência realizada esta semana foi

realçada a necessidade de haver um consenso alargado para resolver os problemas do País. Mas o PS já nos

fez saber que consenso só depois das eleições, não vá dar-se o caso de os portugueses perceberem antes

que esse partido não é de facto alternativa e, portanto, é melhor deixar essa conversa para depois.

Vozes do PSD: — Muito bem!

A Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças: — Quando se fala da composição da dívida pública, quem são

os credores?