I SÉRIE — NÚMERO 79
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desregulam completamente a sua vida e as suas condições de acompanhamento da família, de
acompanhamento dos filhos.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Por isso mesmo é que, no próximo dia 18, traremos aqui uma proposta para
garantir as 35 horas para todos os trabalhadores, do público e do privado, e veremos quem é que invoca a
necessidade da formação profissional e dos direitos dos trabalhadores como retórica e quem é que o subscreve
como prática.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Retórica é a dos senhores!
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Luís
Soares, do PS.
O Sr. Luís Soares (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Rita Rato, hoje, e como é
prática do Partido Comunista Português, qualificou o 1.º de Maio como um dia de luta e o Partido Socialista não
pode estar mais de acordo.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Então, porque é que não apresenta a propostas de 35 horas?!
O Sr. Luís Soares (PS): — A cada ano que passa há novas lutas que se renovam, há novos direitos dos
trabalhadores que, naturalmente, devem ser defendidos.
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Muito bem!
O Sr. Luís Soares (PS): — Mas o Partido Socialista, a essa ideia de que o 1.º de Maio é um dia de luta,
queria acrescentar que também é um dia de celebração. Sei que, muitas vezes, há a tentativa de meter no
mesmo saco o Partido Socialista e os partidos à direita. No entanto, há aí uma ligeira contradição e essa
contradição está bem ancorada na ideia de que o 1.º de Maio é não só um dia de luta como um dia de celebração,
porque, como bem disse a Sr.ª Deputada, se há um momento histórico onde se rompe na conquista de direitos,
é o momento em que a esquerda se uniu para fazer sair a direita e reconquistar o caminho dos direitos dos
trabalhadores.
Aplausos do PS.
Por isso, queria dizer-lhe que, neste 1.º de Maio e nos 1.º de Maio dos últimos dois anos, há uma palavra
que, porventura, melhor descreve aquilo que fomos capazes de fazer, que é a palavra «compromisso».
Compromisso com os parceiros sociais, compromisso com os partidos com assento neste Parlamento, mas,
acima de tudo, compromisso com os trabalhadores, compromisso com os portugueses.
Aplausos do PS.
A pergunta que lhe deixo é esta, Sr.ª Deputada: fazendo a análise destes três anos, fazendo a análise daquilo
que foi feito e sabendo que ainda há muito para fazer, valeu ou não a pena?
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado
António Carlos Monteiro, do CDS-PP.