22 DE JUNHO DE 2018
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Neste debate, importa ainda saber que despesas pretendem cortar para assumir a dita neutralidade fiscal
desta proposta. Querem cortar salários, lembrando as vossas medidas de outrora?! Pensões?! Abono de
família?! Complemento solidário para idosos?!
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Isso são falácias!
A Sr.ª Jamila Madeira (PS): — Ou, apesar do que propagandearam ainda esta semana, querem cortar no
Serviço Nacional de Saúde?!
Esta receita é importante. É importante para o equilíbrio orçamental mas, sobretudo, é importante para servir
os cidadãos e para repor e reerguer o Estado social que durante a vossa governação tanto depauperaram.
Por isso, o PS não está disponível para alinhar neste vosso fogacho eleitoral em nome daquilo que vocês
dizem ser o serviço dos cidadãos.
Não é o serviço dos cidadãos, pois os cidadãos sofreram com as vossas propostas e o PS não deitará fora
o essencial apenas para embarcar em discursos fáceis.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para formular um pedido de esclarecimento, em nome do CDS-PP,
tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Jamila Madeira, de facto, poderíamos
discutir teorias sobre a composição do preço dos combustíveis e a sua evolução, muito discutida aqui, com
relatórios atrás de relatórios da Autoridade da Concorrência sobre os preços que sobem como uma flecha e
baixam como uma pluma, poderíamos discutir toda essa teoria, mas não é isso que está em causa, Sr.ª
Deputada.
Protestos do Deputado do PS Carlos Pereira.
O que está aqui em causa é algo muito concreto, é aquela nanopartícula de tempo em que o Partido Socialista
foi sério e disse: «Temos o preço do combustível baixo, prevemos uma perda de receita em IVA e vamos ter de
criar um mecanismo para compensar». Até aqui, tudo bem!
O problema pôs-se quando o preço começou a subir e o Partido Socialista começou a encaixar o saque fiscal
em IVA. Aí, o socialismo falou mais alto!
Protestos do PS.
Aí, o socialismo falou mais alto!
É por isso que, depois de 2016, por um lado, temos o Sr. Primeiro-Ministro a dizer «queremos uma
neutralidade fiscal para os contribuintes mas também para o Estado» — o tal momento de verdade —, por outro
lado, temos Mário Centeno a dizer que aquilo que se perdeu em IVA tem a ver, exatamente, com o princípio da
neutralidade fiscal e, por outro lado ainda, temos até o então porta-voz do Partido Socialista, que dizia o seguinte:
«Vou repetir: o imposto foi calibrado de modo a os preços serem inferiores aos que existiam a 1 de janeiro».
Esse era o momento em que o Partido Socialista falava a sério. O problema surgiu depois, quando veio ao
de cima a prática do Partido Socialista, que é a do saque fiscal aos contribuintes portugueses. E veio de uma
forma completamente injusta e cega.
Protestos do Deputado do PS João Galamba.
É, de facto, um saque fiscal!
A Sr.ª Deputada diz, e bem, que é preciso o equilíbrio das contas públicas — como disse o Sr. Secretário de
Estado —, mas os senhores têm um imposto que ataca todos: idosos, jovens, empregados, desempregados,
empresas, famílias, no litoral e no interior.