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II SÉRIE-A — NÚMERO 124

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desvanecimento dos efeitos de choques anteriores sobre a oferta e a restritividade da política monetária dos

principais bancos centrais (pese embora a elevada incerteza associada à evolução da inflação e do ciclo

económico).

Perspetivas económicas nacionais

Relativamente à economia portuguesa, o Governo salienta que de acordo com as previsões disponíveis, o

PIB português continuará a crescer acima da área do euro e em linha com o produto potencial.

O Governo dá nota de que no primeiro semestre de 2024 o PIB cresceu 1,5 % em termos homólogos, um

aumento superior ao registado no conjunto da área do euro.

Para o ano de 2025, o Governo prevê no documento que o crescimento do PIB aumente para 2,1 %. Esta

evolução terá como base uma aceleração da procura interna, em particular do investimento e do consumo

privado, e das exportações. O crescimento da economia portuguesa deverá manter-se acima do crescimento

da área euro, conforme demonstram os quadros seguintes retirados do Relatório do OE2025:

Ainda segundo o mesmo documento, no primeiro semestre de 2024, o consumo privado cresceu 2 % em

termos homólogos. Os indicadores já disponíveis para o segundo semestre, referenciados pelo Governo,

nomeadamente as operações na rede multibanco e o volume de negócios no comércio a retalho, fornecem

sinais positivos para a evolução do consumo privado.

Em termos anuais, o Governo estima que o consumo privado deverá crescer 1,8 % e 2 %, respetivamente,

em 2024 e 2025, beneficiando da gradual redução da inflação e das taxas de juro. Esta evolução ocorrerá num

contexto de aumento sustentado do rendimento disponível das famílias em termos reais (4,4 % e 3,7 %,

respetivamente), associado aos efeitos de medidas de política que determinarão aumentos salariais, a

diminuição de impostos diretos e o aumento das prestações sociais. Projeta-se um aumento da taxa de

poupança, que deverá ultrapassar os valores registados durante a pandemia de COVID-19.

O investimento também acelerará em 2024 e 2025, por via da maior celeridade na execução dos projetos

previstos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Perspetiva-se, ainda, um aumento contínuo da capacidade de financiamento da economia portuguesa ao

longo do horizonte de 1,6 % do PIB em 2023 para 3,3 % e 3,6 %, respetivamente, em 2024 e 2025. Esta

evolução beneficia do recebimento de fundos europeus, com impacto muito significativo no saldo da balança

de capital.

Quando medida pelo IHPC, a inflação em Portugal situou-se em 2,6 % nos primeiros nove meses de 2024.

Perspetiva-se que, no conjunto do ano, a inflação medida pelo IHPC desacelere para 2,6 % e para 2,3 % em

2025. Esta trajetória reflete, por um lado, os efeitos da política monetária que atuam sobre a procura e, por

outro lado, a dissipação dos efeitos dos choques da oferta sobre os preços internacionais da energia e dos

bens alimentares. No caso dos bens alimentares, a inflação deverá beneficiar, no ano de 2025, da eliminação

dos efeitos de base associados à isenção de IVA. Por outro lado, ainda que lentamente, deverão diminuir as

pressões sobre os preços dos serviços num contexto de moderação do crescimento dos salários.