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30 DE OUTUBRO DE 2024

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reforço do comércio mundial. Apesar disso, destaca-se que os fluxos comerciais continuam abaixo dos níveis

registados antes de 2020, refletindo o processo gradual de adaptação das relações comerciais às alterações

estruturais provocadas pela pandemia de COVID-19, pela guerra da Rússia contra a Ucrânia e pelas tensões

geopolíticas que se verificam.

Relativamente à economia portuguesa, refere o Relatório OE/2025 que as previsões atuais indicam que os

fatores externos irão contribuir de forma positiva para a economia portuguesa em 2024-2025, acompanhando

assim o aumento do dinamismo das trocas comerciais a nível mundial. Espera-se, por isso, que a procura

externa relevante para Portugal, atinja os 0,9 % em 2024 e 2,4 % em 2025. Entre os principais parceiros

comerciais de Portugal na área do euro, o FMI antecipa, para 2025, um crescimento modesto, mas em

aceleração, na Alemanha, França e Itália. No que diz respeito à economia espanhola, prevê-se que o PIB

mantenha taxas de crescimento superiores a 2 % tanto em 2024 como em 2025.

Nesta sequência, é mencionado que, apesar do enquadramento internacional global benigno, as

perspetivas permanecem rodeadas de uma forte incerteza. A prevalência das tensões geopolíticas associadas

ao prolongamento da guerra na Ucrânia e da guerra no Médio Oriente são um importante fator de incerteza

que faz elevar os riscos de fragmentação no comércio internacional. Situação que contribui inevitavelmente

para a incerteza em torno das perspetivas de evolução da procura externa dirigida à economia portuguesa,

sobretudo num contexto de crescimento moderado por parte de importantes parceiros comerciais.

Importa sublinhar que, apesar das tensões geopolíticas aumentarem a volatilidade dos preços das

matérias-primas, o Relatório do OE/2025 do Governo refere que, no caso específico do Médio Oriente, essa

volatilidade afetou principalmente o preço do petróleo Brent, que registou uma queda abrupta em setembro

(cerca de 8 %), tendência que se prevê manter em 2025. Contudo, a par desta situação, persistem as

pressões inflacionistas nos serviços na zona euro, o que poderá levar ao prolongamento de uma política

monetária restritiva, refletindo-se nos custos de financiamento de famílias, empresas e Estados.

2 – Economia Portuguesa – Contexto nacional/cenário macroeconómico

Neste domínio o Relatório OE/2025 do Governo começa por apresentar uma análise da economia

portuguesa, das suas perspetivas para 2025, tendo em conta o cenário económico internacional. Neste

contexto, é referido que no primeiro semestre de 2024, o PIB cresceu 1,5 %, em termos homólogos, um

aumento superior ao registado no conjunto da área do euro2. Estima-se que para o conjunto do ano, o

crescimento real do PIB seja de 1,8 %,

Para 2025, o cenário macroeconómico apresentado no Relatório OE/2025 do Governo, projeta uma

aceleração no crescimento do PIB real para 2,1 %. Considera-se que esta evolução terá como base uma

aceleração da procura interna, em particular do investimento e do consumo privado, e das exportações. O

crescimento da economia portuguesa deverá manter-se acima do crescimento da área euro.

Neste contexto, importa sublinhar que se considera que o consumo privado deverá crescer 1,8 % e 2 %,

respetivamente, em 2024 e 2025, beneficiando da gradual redução da inflação e das taxas de juro. Esta

evolução ocorrerá num contexto de aumento sustentado do rendimento disponível das famílias em termos

reais (4,4 % e 3,7 %, respetivamente), associado aos efeitos de medidas de política que determinarão

aumentos salariais, a diminuição de impostos diretos e o aumento das prestações sociais. Projeta-se um

aumento da taxa de poupança, que deverá ultrapassar os valores registados durante a pandemia de COVID-

19.

No entanto, projeta-se uma evolução mais moderada em relação ao mercado de trabalho, prevendo-se que

o crescimento das remunerações por trabalhador deverá desacelerar para 6 % em 2024 e 4,7 % em 2025, um

abrandamento nominal em linha com a evolução esperada para a inflação.

Ainda relativamente à economia portuguesa, o Relatório OE/2025 do Governo refere que, na vertente

interna, os riscos são globalmente equilibrados apesar de um contexto internacional de grande incerteza.

2 Para tal contribuíram: i) o consumo privado foi a componente da despesa que registou o maior contributo, com 1,3 pontos percentuais (pp); ii) o investimento (0,4 pp); iii) e do consumo público (0,2 pp). Quanto à procura externa líquida refere-se que esta apresentou um contributo negativo (-0,4 pp) para o crescimento do PIB, dado que as exportações cresceram menos do que as importações. Do lado da oferta, destacam-se os crescimentos do valor acrescentado bruto dos setores «energia, água e saneamento» e «agricultura, silvicultura e pesca».