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16 DE MARÇO DE 1991

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Trata-se de uma área geográfica que morfologicamente se caracteriza por um relevo acidentado, sem no cnianto se atingirem altitudes elevadas.

Possui, paralelamente, em larga escala, solos dc inegável apiirJão agrícola.

Às potencialidades em termos físicos dos solos alia-se excelência do seu clima. Estas condições delimitam naturalmente uma importante zona agrícola.

Constituiu-se desta forma o seu primeiro factor de identificação:

Uma agricultura dirigida, cm larga escala, ao abastecimento dos grandes mercados da área metropolitana de Lisboa e, simultaneamente, de sustentação de toda uma estrutura produtiva com características próprias.

2 — Culüvo da vinha:

As características de clima e solo já referidas permitem obter na região vinhos dc alta qualidade.

Estas virtualidades são bem conhecidas desde há largas centenas de anos — julga-se que a vinha terá sido inuodu-zida no tempo da colonização romana.

O cultivo da vinha intensificou-se a partir dc finais do século xix, com o crescimento verificado no mercado de Lisboa e o acréscimo de procura internacional.

Actualmente, a região é a maior produtora de vinhos do País.

De acordo com dados do INE (produção vinícola manifestada), referentes a 1988, Torres Vedras é o município maior produtor nacional, com 283 526 hl, seguindo--se na 4.* posição, em termos nacionais, Alenquer, com 128 933 hl, e na 5.« Cadaval, com 115 232 hl.

As vinhas da região têm vindo a passar por uma fase de reconversão e reestruturação, no âmbito dos apoios comunitários, tendo sido criadas regiões demarcadas, de que se destacarão, pela sua importância e tradições, as Regiões Demarcadas de Torres, Óbidos, Alenquer e Arruda.

3 — Horticultura:

As hortícolas são outra das importantes produções agrícolas da região, destacando-se nos últimos anos a progressiva introdução das culturas cm estufa.

Este tipo de actividade tem revelado uma extraordinária dinâmica, crescendo a «passos gigantescos». A região é actualmente detentora de uma área que representará cerca de 45 % do total nacional, sendo apenas suplantada pelo Algarve.

A região é uma das principais produtoras do País de batata, cebola, alho, brássicas, tomate, alface, feijão-verde, pepino e pimento (Anuário Horiofrulícoia—1990, 1ROMA).

Estes produtos correspondem à procura existente na área metropolitana de Lisboa, para além de cada vez mais se dirigirem à exportação para a Europa Central (designadamente tomate e feijão-verde, produzidos em estufa — campanhas de Outono/Inverno c Primavera/Verão, respectivamente).

4 — Fruticultura:

A fruticultura é uma potencialidade regional dc primeira grandeza.

Concentram-se aqui as principais manchas de pomar de Portugal, designadamente no que respeita à pêra e maçã. Estas características são naturalmente extensíveis a toda a região do Oeste, na qual esta zona Norte do distrito dc Lisboa se integra e identifica, justificadamente.

Os números relativos à importância do sector frutícola são significativos:

Oito concelhos (Alcobaça, Caldas da Rainha, Óbidos Bombarral, Lourinhã, Cadaval, Torres Vedras e Mafra) são responsáveis por:

1) 42,7 % da produção nacional de pêra e maçã;

2) 61,2 % do número de instalações de frio;

3) 45,8 % da capacidade frigorífica.

Fonte. — Contributo para o Estudo do Mercado Regional da Maçã e Pêra no Ribatejo e Oeste, IROMA, 1987.

Para além da importância das actividades referidas, a sub-região é igualmente das principais produtoras nacionais de limão, pêssego, cereja, ameixa, damasco, morango e melão (Anuário Horiofrulícoia do IROMA — 7990).

5 — Pecuária:

Nas últimas duas décadas verificou-se um crescimento sem precedentes, relativamente a explorações pecuárias, designadamente as de suinicultura e avicultura.

Este crescimento terá sido, nos últimos anos, induzido, pelas próprias fábricas de rações, em significativa percentagem dos casos.

Efectivamente, tratando-se de explorações em «circuito fechado» — alimentação à base de rações —, possibilitaram a introdução do seguinte esquema de produção: a fábrica avança com os fornecimentos de rações, sendo a sua regularização efectuada na altura do abate dos animais (efectuado em matadouro da fábrica). O custo das rações é nesta altura descontado no valor final da produção.

A multiplicação das «pecuárias», se por um lado conduziu a graves problemas ambientais, transformou-se paralelamente numa das importantes actividades geradoras dc riqueza da região.

Nesta conformidade, para além de apresentar uma das principais concentrações nacionais de unidades produtoras dc frango, peru e suínos, a região dispõe igualmente da maior concentração do País de centros de abate legalizados dos referidos animais.

Como referimos, a zona Norte do distrito de Lisboa apresenta inegáveis potencialidades no domínio agrícola, que a proximidade aos mercados da grande Lisboa e as perspectivas de inserção no espaço comunitário tem vindo a reforçar.

No sentido de proceder ao correcto planeamento c ordenamento agrário da região, está cm elaboração um PDAR (Plano de Desenvolvimento Agrário Regional), documento fundamental para o desenvolvimento futuro do sector.

Porém, o potencial da região não se esgota na agricultura.

6 — Indústria, comércio e serviços: Efectivamente, é justo assinalar a existência de um sector

industrial dinâmico dc importância crescente.

As actividades industriais inserem-se em três sectores dominantes:

As metalomecânicas, cujo desenvolvimento se ficou a dever à dinâmica de crescimento do sector primário e, designadamente, do vinho;

As indústrias cerâmicas centralizadas especialmente no barro vermelho (aproveitamento de matéria--prima disponível localmente, em grande medida);

As indústrias alimentares igualmente ligadas às potencialidades da agricultura, principalmente ao sector vitivinícola;