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II SÉRIE-B — NÚMERO 8

Porque razão as malas Newark-Lisboa e Lisboa-Newark não viajam via aeroporto de Newark, mas sim via aeroporto New York (Kennedy) e nesta cidade são entregues e levantadas na Missão de Portugal junto das Nações Unidas?

A mala diplomática é para transportar documentação oficial e também embrulhos, cartas e prendas de alguns funcionários!...

Antes de ter sido funcionário consular, pensava que as

maláS diplomáticas eram assunto sério e secreto. Mas como era eu que metia lá dentro os envelopes, pacotes, fazia alguns embrulhos, e fechava e lacrava com selo de chumbo, fiquei a saber que a mala diplomática deste consulado em Newark era (e continua a ser?!) usada semanalmente pelo chanceler J. Gouveia para reciprocidade de volumes particulares com a sua mãe, funcionária do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Algumas vezes tive de dizer ao cônsul não poder levar tantos volumes, ou pelo excessivo peso ou pela cubicagem.

2 — Em New York é dificílimo estacionar carro e as multas são elevadíssimas. Em dias de mala diplomática, várias vezes fui com o cônsul e consulesa, no carro destes, a New York. A razão de eu ir no carro é esta: era preciso alguém que tomasse o volante do veículo enquanto o casal ia visitar a famosa galeria de arte de que é visitante assíduo. Eu ficava na posse do carro, às voltas aos quarteirões até ser preciso. Por vezes fora do meu horário de trabalho.

Nota. — As normas legais da gestão de um cônsul dizem que «é dever de um cônsul abster-se de utilizar os funcionários nos assuntos ou serviços pessoais» e «é dever de um cônsul abster-se de ocupar os funcionários fora das horas de serviço».

3 — «CAFIC-NJ/Centro de Acção Filantrópica e Cultural de New Jersey. Mas se a situação é tão dramática como se diz, para que raio misturar cultura e caridade? Ou será que se pretende matar a fome às tais famílias que vão bater à porta do consulado com recitais de poesia.» — Portuguese Times, Fevereiro de 1992 (v. documento n.° 19) (a).

Nota. — Este Centro foi totalmente «cozinhado» pelo cônsul e são periodicamente postos ao serviço do CAFIC, nas horas de expediente, dois funcionários: o chanceler Gouveia e a secretária D. Emília!...

4 — «O senhor não se pode desviar um segundo do itinerário da mala diplomática mesmo que seja em seu prejuízo, não almoce ou não jante.» Só faltou o cônsul falar nas necessidades fisiológicas!... O funcionário não come, não bebe, não ... e não ...!

5 — «Se tornar a vir de jeans é imediatamente suspenso!» Isto dito na América e em tom repressivo, por um chefe de um posto consular, que comentário merece?

5 — «Os funcionários não precisam de justificar as faltas ao serviço!» — declaração do cônsul em reunião com todos os trabalhadores, desde a empregada de limpeza à vice-cônsul.

6 — Escandaloso! Quando o cônsul chegou a Newark para o seu longo reinado, o vice-cônsul, que chefiou interinamente o Consulado, era o Sr. Jorge Cardielos. Como as relações entre cônsul e vice-cônsul eram anormais, logo de pronto o Sr. Cardielos foi mandado para casa, impedido de exercer o seu ofício, e recebeu sempre as suas remunerações sem trabalhar, por amuo e incompatibilidade do cônsul.

Por tempo superior a quatro anos, esteve um funcionário do activo de «férias» e o erário público (todos nós) a

pagar. Entretanto, o Sr. Cardielos faleceu em 1992 (v. documento n.° 14) (a).

Não é isto escandaloso? Não será fraude?

7 — Não há água canalizada nem sanitários dentro das instalações do Consulado. Existe um garrafão comercial de água mineral, cujo contrato com a empresa fornecedora está em nome de uma benemérita funcionária, por não haver verba para caucionar o contrato!

8 — «Cônsul em Newark procura meio de subsistência

para muitos compatriotas.» — O Dia, de 29 de Janeiro de 1992 (documento n.° 15) (a).

9 — «Há crianças sem leite, famílias sem dinheiro ...» — Portuguese Post, 18 de Fevereiro de 1992 (documento n.° 16) (a).

10—«Cônsul de Portugal em Newark nega informação.» «O cônsul incompatibilizou-se com todos os órgãos de informação locais.» — Luso-Americano, 24 de Fevereiro de 1993 (documento n.° 17) (a).

11 — «Gente com fome.» — The Portuguese Post, 25 de Fevereiro de 1992 (documento n.° 18) (a).

12 — «Aqui e acolá... Newark.» — Portuguese Times, Fevereiro de 1992 (documento n.° 19) (a).

13 — «Onda de indignação assola comunidade portuguesa em Newark.» — The Portuguese Post, 10 de Março de 1992. (v. documento n.° 20) (o).

14 — «Fome na comunidade portuguesa em Newark.»—Luso-Americano, 13 de Março de 1992 (v. documento n.° 21) (a).

15 — «Afinal, o que é a CAFIC-NJ? Mais um golpe de oportunistas?» — A Voz, de 30 de Abril de 1992 (v. documento n.° 22) (a).

16 — «Quo vadis, diplomacia portuguesa?» — The Portuguese Post, 19 de Maio de 1992 (v. documento n.° 23).

17 — «Em Portugal dirigem-nos comentários cheios de escárnio porque vivemos em New Jersey...» — The Portuguese Post, 15 de Setembro de 1992 (v. documento n.° 24) (a).

18 — «A importância de um voto!» — A Voz, 5 de Novembro de 1992 (v. documento n.° 25) (a).

19 — «Conselho de País... uma farsa por obra e graça consular.» — The Portuguese Post, 10 de Novembro de 1992 (v. documento n.° 26) (a).

20 — «Somos é todos reféns de um cônsul complexado!»—A Voz, 11 de Março de 1993 (v. documento n.° 27).

21 —«Só mais umas linhas!» — A Voz, 18 de Março de 1993 (v. documento n. ° 28).

A todos os meus compatriotas a quem escrevo estas linhas e faço eco de imoralidades, sejam os Srs. Presidente da República, Presidente da Assembleia da República, Presidente do Conselho de Ministros, Provedor de Justiça, Grupos Parlamentares, Ministro da Justiça, Ministro dos Negócios Estrangeiros, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Presidente do Tribunal do Trabalho de Lisboa, Comissão Nacional de Eleições, Gabinete de Imprensa da Assembleia da República, Secretariado Técnico dos Assuntos para o Processo Eleitoral (STAPE), agências noticiosas e jornais, apelo daqui, deste lado do Atlântico, no sentido de ser reposta a verdade, no resguardo da dignidade humana e na sustentação dos mais elementares direitos de qualquer cidadão, para que sejam cumpridas as leis em defesa dos interesses de todos os emigrantes que laboram arduamente longe da sua Mãe-Pátria, em New Jersey, Estados Unidos