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14 DE JUNHO DE 1997

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2— Dados de base

Os dados de base do problema em apreço podem resumir-se no seguinte: Condições base:

Número de embarcações de pesca e recreio:

60 numa 1." fase;

100 numa extensão a curto prazo;

Características das embarcações:

Motoras, a maior parte fora de borda; Comprimento — de 4 m-5 m até 7 m; Calado — de 0,5 m a 1 m;

Fundos:

Zona de acostagem — 0,5 m e 1 m ZH; Zona de estacionamento — 0,5 m (ZH); Canal de acesso — 0,5 m ZH ou ZH;

Eventual zona de abastecimento de água e combustível; Agitação inferior a 0,3 m em condições normais ou 0,4 m com temporais;

Dados fisiográficos:

Batimetria — linhas batimétricas paralelas à lista de costa com uma ligeira tendência de maior assoreamento a norte (ou frente à povoação).

Batimetria de + 1,00 m (ZH) à distância de 100 m da margem e na zona do cais actual e a 50 m junto à zona arborizada situada mais a sul;

Fundos de areia ou areia lodosa;

Correntes — embora carecendo de confirmação de um estudo de correntes específico do local, registaram-se valores muito significativos na corrente de vazante (2 a 2,5 nós) em comparação com as de enchente;

Marés — amplitudes idênticas às observadas no Porto de Aveiro, com um atraso de ocorrência de cerca de 60 minutos no pico de preia-mar;

A distribuição sinusoidal apresenta muito provavelmente assimetria no ramo descendente;

Agitação — dada a exposição da zona de estudo, confinada a nascente pela margem, deverá considerar-se como significativa a agitação provocada por vagas geradas no estuário (ria) com fetch dominante de sudeste ou su-sudeste (típicos e característicos dos temporais) com a particularidade de o seu valor se situar entre 5 km (na baixa-mar) e 10 km (em preia-mar) de águas vivas;

O fetch reinante do quadrante norte, ou, mais especificamente, nordeste (3 km), se bem que com grande ocorrência de vagas perniciosas por derivarem de um canal estreito (Parte da Bestida). O mesmo se diga de este (1,5 km), de muita fraca ocorrência. Em termos de cálculo de onda de projecto, deverá, pois, considerar-se como significativos os seguintes valores:

Altura de onda incidente — 0,75 m (máximo); Período — 2-4 segundos, no máximo, 5 segundos;

Valores estes típicos de situação de temporal em rias e estuários;

Orografia — as zonas envolventes, em todas as direcções, são caracterizadas por relevo baixo ou mesmo plano com alguma arborização, facilmente exposta aos ventos;

Hidrodinâmica — não existindo elementos dispon/veis, pode verificar-se entretanto a inexistência de ocorrências singulares ou acidentes geográficos no raçeto de hidrodinâ-

mica costeira. A ausência de agitação em grande parte do ano, bem como a inexistência de disparidades significativas nos gradientes de transporte aluvionar das correntes de enchente/vazante, são patentes na reduzida erosão observada nas margens. Concretamente, numa pequena protuberância marginal onde se encontra uma embarcação afundada notam-se acreções, de ambos os lados, isto é, a norte e a sul. A relativa tranquilidade das águas em grandes períodos durante o ano, bem como a génese da própria ria, propiciam o assoreamento ou a sua manutenção, o que impõe especial atenção à criação/manutenção de fundos de navegabilidade.

3 — Análise comparativa de solução

Apresenta-se em seguida, de forma resumida, uma análise comparativa das soluções tipo preconizadas ou a propor para a resolução deste tipo de problemas. Perante os dados do problema, o leque de soluções é basicamente o seguinte:

a) Tipo fixo — esporão ou pequenos molhes de en-rocamento e ou betão; quebra-mar destacado, com os mesmos materiais;

b) Tipo flutuante — quebra-mares flutuantes de betão ou outro material de inércia e massa idênticas, que funcionam como ecrãs de impacte/reflexão; e estruturas flutuantes, porosas ou não, que dissipam a energia por fricção e criação de turbulência, etc.

As soluções do tipo fixo são particularmente indicadas para zonas de fundos baixos, como a zona ém análise, mas em que exista material de construção relativamente próximo e em que sobretudo se conheça exactamente qual o bom local de implantação.

Funciona igualmente como boas protecções (e até as únicas possíveis) em casos de agitação provocada por ondas de grande período e em áreas expostas de forma durável. Relevam, no entanto, de uma grande falta de flexibilidade como solução técnica. De salientar ainda a necessidade de estudos de impacte ambiental e a interferência benéfica ou não com as correntes e com o transporte aluvionar, não permitindo acostagem de embarcações.

Ao invés, a solução tipo flutuante, para o caso em estudo (com maretas com amplitude de 0,75 m e períodos até 5 segundos), garantirá, em princípio, uma atenuação das ondas, reduzindo a sua amplitude em cerca de 30 % (consoante o tipo de solução específica a adoptar), o que se considera suficiente, permitindo, por outro lado, a acostagem de embarcações do seu lado interior.

A flexibilidade de uso e de disposição inerente a esta solução permite o ensaio, à escala real, da melhor orientação, ou de aproveitamento posterior noutros locais, bem como o fácil aumento ou diminuição do seu comprimento.

A interferência com o escoamento hidráulico é praticamente nula, o mesmo se podendo dizer do impacte ambiental.

Refira-se que o seu custo, se bem que superior ao das soluções fixas, acarreta mais-valias não quantificadas, como sejam a possibilidade de acostagem, a flexibilidade, etc.

A solução fixa que se julgaria mais eficaz neste caso seria um quebra-mar destacado, sensivelmente paralelo à margem e inflectindo a sul-su-sudoeste, com 200m-250m de comprimento.

Caso se conseguisse a localização exacta, poder-se-ia garantir uma boa protecção em simultâneo com a acção de «escorvar» os fundos, durante as vazantes e, assim, ajudar a manter os fundos entretanto criados por dragagem, situação