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106 | II Série B - Número: 066 | 22 de Dezembro de 2012

que poderia parecer quando se pensava que tínhamos imparidades somente de 700 milhões de euros e, entretanto, estávamos num contexto de crise que se prolongou e que se manteve, conforme referi. Por isso, avançámos com a solução da privatização.» O antigo ministro das Finanças adianta que a incorporação do banco na esfera pública poderia comprometer a solidez do banco estatal: «Em finais de 2010, estamos já a viver uma crise do euro, uma crise que afeta as condições de financiamento soberano, uma crise que começa a ter repercussões sérias sobre o sistema financeiro, a exigir reforço de capitais dos bancos e, sinceramente, a Caixa poderia fazer tudo menos comprar um problema como este que era o BPN, porque isto teria uma repercussão enorme na estrutura, na solidez, no equilíbrio financeiro da Caixa. (») Portanto, integrar o BPN na Caixa não era, de forma alguma, uma solução, pelas consequências financeiras que tinha, pelo dano que iria ter na própria Caixa, no seu rating, etc., etc., num momento muito sensível e delicado que já atravessávamos em finais de 2010».
Quanto à razão pela qual foram elaborados os estudos, e refutando o caráter estritamente académico dos mesmos, o Professor é claro: «Com certeza, se constatasse que, no decorrer da crise, a solução da reprivatização não era a melhor para o Estado, que havia uma melhor solução para defender os interesses do Estado, Sr. Deputado, obviamente, optaria por essa decisão! Também não sou, digamos, obstinado e teimoso a ponto de não ver a bondade de cenários alternativos. Por isso, as outras alternativas nunca foram académicas, estiveram sempre presentes, nunca foram ignoradas e foram sempre sendo ponderadas. Mas, da ponderação que foi feita, nunca resultou um cenário que fosse preferível ao cenário da reprivatização.» A esse respeito, e a respeito também da postura do Governo anterior, o Eng.º Mira Amaral, na audição de 13 de julho de 2012, é claro: «Ele nunca me falou na integração na Caixa, portanto, para mim, é adquirido que o Prof. Teixeira dos Santos nunca quis a integração na Caixa, se não o Dr. Francisco Bandeira, com o à-vontade que tinha comigo, ter-me-ia dito, mas não revelou.» Para o Eng.º Faria de Oliveira o cenário da integração no banco a que preside: «seria o último dos cenários porque ia destruir valor à Caixa Geral de Depósitos, de uma maneira muito significativa, e nós vivemos um momento em que é cada vez mais relevante ter um sistema financeiro forte e habilitado a poder financiar a economia».
Na mesma audição, datada de 01 de junho de 2012 argumenta ainda que: «a integração na CGD acarretaria destruição de valor para a Caixa por ausência de sinergias, por elevadas redundâncias, porque criaria um desfoque de gestão, porque teria o risco de impactar negativamente no rating da instituição, porque teria o risco de impactar negativamente no custo do funding da instituição e porque tinha o risco de criar um dano adicional de imagem reputacional à Caixa Geral de Depósitos».
O Dr. Vítor Constâncio, em depoimento prestado a 08 de junho de 2012, refere que a integração na CGD: «parecia desejável (») porque isso permitia fazer desaparecer imediatamente a marca BPN e, porventura — tudo isto são matérias de julgamento, como é evidente —, poder salvaguardar melhor os depósitos que lá existiam, mas o que se verificou posteriormente foi que os depósitos continuaram a sair permanentemente depois da nacionalização».
O ex-governador do Banco de Portugal adianta ainda as razões que lhe foram apresentadas pelo Governo: «Havia o receio, da parte do Governo, de que a situação de absorção de um banco com os problemas do BPN pudesse contaminar o grupo Caixa, e essa preocupação é compreensível, também. Portanto, compreendemos que, por essas razões, o caminho que foi seguido foi outro e, como digo, escolher uma opção ou outra não é nenhuma ciência exata.» O Dr. Norberto Rosa, na audição 12 de junho de 2012, foi mais claro na negação dessa possibilidade: «A integração na Caixa Geral de Depósitos acarretaria uma forte destruição de valor para a Caixa, pela ausência de sinergias e elevadas redundâncias, criaria um desfoque da gestão da Caixa Geral de Depósitos e teria o risco de impactar negativamente o rating e custo de funding».
O ex-administrador do BPN avança com a seguinte linha de argumentação: «Tínhamos um problema de distribuição geográfica das agências do BPN, pois havia uma grande sobreposição das agências do BPN relativamente às da Caixa. Ou seja, havia redundâncias e qualquer integração não iria trazer nenhuma vantagem, iria criar dificuldades adicionais, mesmo que estivéssemos a