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93 | II Série B - Número: 066 | 22 de Dezembro de 2012

O que é que fizemos? Fizemos o business case, projetámos os cash-flows futuros, calculámos o valor atual. E depois, como aprendi na banca de investimentos onde trabalhei vários anos, não ficamos só pela análise dos cash-flows, vamos ver pelos múltiplos de mercado. E qual foi o múltiplo de mercado que calculámos? Foi o Price to Book Value (PBV). O que é o Price to Book Value O Price é o preço de mercado das ações, o Book Value é o preço contabilístico das ações que estão no Book, no balanço do banco.
Portanto, fomos ver o Price to Book Value dos bancos portugueses.
Chegámos à conclusão que o Price to Book Value dos bancos portugueses» Já agora, o que ç que isso significa? Se os Srs. multiplicarem o numerador do preço pelo número das ações, têm o valor de mercado da empresa ou do banco; se multiplicarem o denominador, o Book Value, o valor contabilístico das ações, pelo número de ações têm acesso ao líquido de balanço. Portanto, o Price to Book Value é o quociente entre o valor de mercado de um banco e o valor contabilístico da situação líquida do banco.
Se formos ver como se faz na banca de investimentos, quais são os rácios que os bancos portugueses transacionam? Os bancos portugueses andam a transacionar a 30% e o BCP anda a transacionar, neste momento, a 12%, 13%.
Portanto, os Srs. compreenderão que o BCP, apesar das dificuldades que tem, ainda é um bocadinho melhor do que o BPN. Acho que esta afirmação é pacífica. Portanto, se o BCP tem um Price to Book Value da ordem dos 12%, nós, quando comparamos 40 milhões de euros com uma situação líquida de 360, obtemos um Price to Book Value de 11,1%, ligeiramente abaixo do BCP.
Logo, estamos perfeitamente alinhados com os valores do mercado do Price to Book Value. Na nossa análise, calculámos o valor atual do cash-flows futuros, fomos ver Price to Book Value dos outros bancos: o BCP transacionava a 12% ou 13% o seu Price to Book Value. Portanto, o BPN tem mais risco do que o BCP, fizemos o chamado risk adjust e acabámos por oferecer o valor de 40 milhões de euros ao Governo.
Como compreendem, isso foi feito de acordo com as metodologias de cálculo de valor de uma empresa ou de um banco, que é o futuro! O valor de uma empresa é o seu futuro, não é o passado — o passado está por conta dos acionistas, que neste caso, infelizmente, somos todos nós, contribuintes —e oferecemos o valor de 40 milhões de euros.»

O Dr. Fernando Teles, Presidente do Conselho de Administração do BIC Angola, justificou o preço proposto da seguinte forma: «O caso de um banco como o BPN, que, continuo a frisar, todos os dias estava na comunicação social por maus motivos, não por bons motivos, faz com que os depositantes tenham dúvidas e os gerentes tenham vergonha de ir para a rua angariar clientes, e por aí fora. Toda a gente sabe isso, essa é a verdade e foi isso que fez com que os 40 milhões,» que não eram 40 mas só 30, que foi o que propusemos, e propusemos 30 porque tínhamos muita vontade de ter uma rede comercial em Portugal, porque, se calhar, devíamos ter proposto o valor zero, e já era caro.
(») Sr. Deputado, o Sr. com certeza que sabe melhor do que eu qual é a situação líquida do BPI e do BCP e com certeza que sabe também qual é a cotação que qualquer desses bancos tem, em termos de valor, hoje.
Quer dizer, um banco que tem 2 biliões em situação líquida vale 40 ou 50 milhões. Se for fazer essa análise, vai chegar à conclusão de que pagámos mais do que pagaríamos se tivéssemos ido adquirir o BCP ou o BPI.
Esta é a realidade, é isto que os Srs. têm de compreender. A situação do País faz com que bancos que têm uma situação líquida com capitais próprios robustos, bancos com capitais próprios de 500 milhões, estejam a valer 40 milhões na Bolsa. Valem menos de 10% do seu valor.
Se formos ver, para os 300 e tal milhões de capitais próprios, pagámos 40 milhões, pagámos mais de 10%.
Se formos comparar com o BCP ou com o BPI, pagámos mais caro do que pagaríamos se fôssemos comprar, em termos de» E teríamos menos risco, bancos maiores e mais robustos.» A Sr.ª Secretária de Estado do Tesouro e das Finanças, Dr.ª Maria Luís Albuquerque, também se pronunciou sobre a questão do preço.
Na sua 1.ª audição, em 11 de maio de 2012, disse: «Relativamente ao valor, o Sr. Deputado perguntou porque é que aceitamos passivamente um valor tão baixo. Ora, recordo o que já aqui disse hoje várias vezes: o tempo para tomar uma decisão era extraordinariamente curto. O processo foi colocado sem um preço mínimo e comparar os 40 milhões que