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58 II SÉRIE-OE — NÚMERO 5

desenvolve em plenitude se for acompanhado de uma aposta no pensamento emocional, chamemos-lhe assim para simplificar.
Centrando-me de novo na questão que me colocou, de facto, o estudo que referiu teve o grande benefício de ter feito com que a Comissão Europeia, em Maio passado, tivesse proposto ao Conselho de Ministros da Cultura da União, uma nova agenda cultural para a Europa. Isso foi uma grande sorte para Portugal, porque, neste momento, o conselho formal da União, a que presidimos, que terá lugar na próxima sexta-feira, tem uma agenda muito rica e nessa agenda está o desafio da criação de uma nova agenda cultural para a Europa, da qual faz parte uma coisa que era impensável obter-se não há 10 anos, há 5 ou há 4 mas o ano passado, que é a criação daquilo que, em linguagem europeia, em jargão europeu, se designa por método aberto de coordenação, isto é, o estabelecimento de uma coordenação entre os vários Estados-membros. Trata-se de uma coordenação voluntária, naturalmente e os Estados-membros que quiserem conjugam-se no sentido de definirem em comum políticas para a área da cultura. Isto era impensável, porque a cultura é uma área, como todos sabemos, especialmente defensiva por razões identitárias.
Assim, é muito significativo que os Estados-membros tenham entendido que era importante avançar, como avançaram na segurança social e na educação aqui há uns anos atrás, para métodos abertos de coordenação, que vão ser um desafio para os Estados-membros, porque nos vão obrigar a ter metas e a autoavaliar-nos e a avaliar-nos em conjunto de x em x tempo. Isto, Sr.ª Deputada, vai exactamente no sentido de parecer cada vez mais verdade que a cultura, como eu dizia há pouco, não é uma mera despesa é, pelo contrário, um investimento.
Isto tem sido entendido tanto pelas empresas como pelos cidadãos, porque o mecenato cruza-se com uma outra forma que emana da sociedade civil que é o voluntariado. Eu não tenho isso contabilizado, e deveria têlo, mas posso dizer que já temos muitos voluntários que trabalham na cultura, mas vamos também procurar desenvolver programas a esse nível.
Portanto, quero dizer-lhe que as empresas, de facto, apercebem-se, cada vez mais, do quanto é prestigiante para elas apoiar a cultura e de quanto isso contribui, evidentemente, para a qualificação das populações.
E, realmente, o salto que demos na obtenção de verbas através do mecenato foi absolutamente excepcional entre 2005 e 2007. Nós estávamos em níveis muito baixos. Posso dizer-lhe que, em 2004, tinha-se passado timidamente os 3 milhões de euros e estamos a meio de 2007 e já ultrapassámos os 7 milhões de euros.
Portanto, há cada vez mais uma grande sensibilidade das empresas para a cultura e para o mecenato cultural e penso que esta mudança de mentalidades, esta mudança de cultura, é muito significativa. E quando estou a falar em mecenato, quando falo neste montante, não estou aqui a incluir as verbas do Fundo de Investimento para o Cinema e Audiovisual, que vai permitir-nos aumentar em 16 milhões de euros no próximo ano o apoio ao cinema e ao audiovisual e que vai ser importantíssimo para robustecer as pequenas e médias empresas na área do cinema.
Portanto, quando me reporto a estes números estou a referir-me a mecenato tradicional e não a outras formas de parceria que temos vindo a desenvolver e que também significam um fortalecimento do orçamento global do Ministério da Cultura.
No que diz respeito às questões relacionadas com a língua, a que a Sr.ª Deputada fez referência, como sabe, cabe ao Ministério da Cultura desenvolver algumas acções, em particular no âmbito da Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas, mas indirectamente também através da Direcção-Geral das Artes e da DirecçãoGeral de Arquivos, porque, no fundo, quando estamos a trabalhar, designadamente na promoção de áreas como o teatro, estamos, como é evidente, também a trabalhar sobre a língua portuguesa.
Ainda recentemente foi criado pelo Ministério da Cultura, juntamente com a Funarte, brasileira, um prémio de teatro anual – a cuja representação tive ocasião de assistir –, que implica a produção de um original, português ou brasileiro, em língua portuguesa, o qual é representado em Portugal e no Brasil e é encenado por um artista do país oposto àquele que ganhar. No caso, ganhou Portugal com uma dramaturgia, uma peça de teatro do jovem dramaturgo Vieira Mendes, que foi encenada por uma encenadora brasileira e que já foi representada em Portugal e está agora a ser apresentada em três cidades brasileiras.
Portanto, quando fazemos isso também estamos a promover a língua portuguesa, independentemente dos apoios clássicos que continuamos a desenvolver no âmbito da edição e das bibliotecas, a que há pouco fiz referência em resposta ao Sr. Deputado.
Penso que importa estar particularmente atento à questão da lusofonia. Este ano fizemos, de facto, um esforço grande na feira de Cabo Verde. Penso que é uma obrigação importante que temos, dado que lá há