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11 DE FEVEREIRO DE 1941 192-(37)

Caixa Geral de Depósitos e na Caixa Geral de Crédito Agrícola. O total somava 195:407 contos, assim divididos:

Contos

Crédito agrícola ........................................... 77:373
Crédito agrícola mútuo ..................................... 48:350
Crédito industrial ......................................... 17:714
Financiamentos ............................................. 50:970
Total ...................... 195:407

Parte dos fundos eram financiamentos concedidos com aval ou garantia especial do Estado, de difícil liquidação alguns e que têm pesado por anos seguidos no balanço da instituição com somas que já só elevam a milhares de contos.
Em 31 de Dezembro de 1939 os números que correspondem às rubricas acima mencionadas suo os seguintes, em contos:

(ver tabela na imagem)

Além destes números, que revelam notável desenvolvimento no crédito, lia a acrescentar o que pelos serviços privativos da Caixa Geral de Depósitos foi desviado para uns que se reflectem, directa ou indirectamente, na vida económica nacional. Os mais importantes são:
Contos

Organismos corporativos ................................... 410:664
Crédito hipotecário ....................................... 109:887
Diversas operações financeiras ............................ 51:188
Total ...................... 621:730

O total das somas desviadas para fins que podem ser classificados de económicos elevava-se a 1.203:482 contos, dos quais mais de l milhão com certeza significam aumento desde 1929, não contando com reservas que se encontram invertidas em diversas formas de crédito particular.
Basta o enunciado desta cifra para verificar o longo caminho percorrido, em matéria de crédito, nos últimos dez anos.

23. Tam vastas somas de capitais, anualmente invertidas, na economia nacional, deviam por certo ter produzido consideráveis aperfeiçoamentos na estrutura da vida económica se tivesse havido da parte dos recipiendários do crédito progressiva aplicação dos unheiros mutuados.
O objectivo da concessão não tende evidentemente apenas à melhoria directa dos organismos industriais ou agrícolas; muitas vezes com esse crédito poderiam ser financeiramente saneadas as empresas peticionárias, porque da baixa de taxa de juros resultam na verdade economias apreciáveis na conta de ganhos e perdas.
Mas o crédito, por si, não pode conseguir tudo, e a técnica, o tato administrativo e a orientação comercial são factores que devem acompanhar o seu desenvolvimento.
E embora algumas ligeiras melhorias se tivessem conseguido neste campo, ainda as entidades agrícolas e industriais do País necessitam de consideráveis progressos para desempenhar cabalmente o papel que lhes compete na nova ordem económica e para corresponder aos princípios em que se baseia a Constituição. Esses princípios têm sido explicados muitas vezes em discursos e documentos oficiais. Mas em alguns sectores da economia nacional persiste-se no individualismo económico, fundado em interesses restritos de indivíduos ou de classes, que levou à ruína muitos organismos úteis e ao descalabro iniciativas prometedoras.
Apesar de tudo pode hoje dizer-se que grande parte cos novos empreendimentos industriais do País nos últimos dez anos tiveram a ajuda da Caixa - uns directamente por efeito da legislação que facultava o financiamento dentro dos preceitos regulamentares, outros com o apoio e interferência do Ministro das Finanças e Presidente do Conselho, como permitia legislação especialmente promulgada para tal fim.
O progresso da indústria do turismo em Portugal, incluindo a construção da maior parte dos hotéis modernos no Estoril, em Lisboa e em outras zonas do País; a produção de energia hidroeléctrica em diversos pontos, compreendendo a utilização, de força motriz de rios nacionais, que já hoje atinge dezenas de milhões de unidades e que, quando se concluírem as obras em curso e projectos em estudo, alcançará cifras muito mais eleva-as; o estabelecimento de algumas importantes fábricas de produtos que eram totalmente importados e que se cifram em economia na importação de muitas dezenas de milhares de contos, agora de origem portuguesa; a nacionalização de firmas em que predominavam capitais estrangeiros; a reabertura de fábricas, paradas ou em intermitente laboração, e que, por virtude de erros e desvarios no passado, pareciam condenadas a desaparecer definitivamente do reduzido e insuficiente rol da aparelhagem industrial portuguesa; o nivelamento do preços de produtos agrícolas, periodicamente sujeitos a altas e baixas, e que tam desvastadores efeitos traziam à vida precária de muitos proprietários; o amparo, em graves momentos de crise, de alguns grandes organismos industriais; o financiamento de obras que atenuassem periódicas crises de desemprego; o sacrifício de lucros que, em última análise, reverteriam a favor do Estado, com conhecimento do Governo, e algumas vezes sob sua iniciativa, com o fim de amparar organismos de diversa natureza - bancários, industriais, agrícolas e coloniais; e mil outras formas de intervenção financeira, que tendiam a melhorias económicas e sociais do País, constituíram os principais objectivos dê financiamentos feitos pela Caixa Geral e Caixa Nacional do Crédito.
Não se pode dizer que todas os intervenções financeiras tiveram o sucesso que seria de esperar, não obstante, como no caso do crédito industrial, haver sido montada tam apertada fiscalização dos dinheiros mutuados quanto possível em país em que o próprio organismo beneficiado nem mesmo escrita possuía em certos casos.
A eficiência económica requere anos e anos de aprendizagem, e, apesar da necessidade premente de mais rendosa e mais bem apetrechada indústria e agricultura, ainda hoje organismos, alguns semi-oficiais ou constituídos com o objectivo de disciplinar e orientar a produção, parecem caminhar em sentido que excluo possibilidades reais de seu alargamento.

24. Estas são, em resumo, as principais características da orgânica dos serviços privativos da Caixa Geral de Depósitos e da Caixa Nacional de Crédito nos últimos dez anos, na parte relativa a crédito particular. Mas as ideas, que naturalmente tinham de ser