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II SÉRIE-C — NÚMERO 9

sobre o papel da educação pré-escolar no combate às desigualdades sociais, na linha do Heaã Start nos Estados Unidos, que foi o programa por excelência de combale às desigualdades sociais através da intervenção precoce, intervenção essa feita já não na escola mas ao nível pré--escolar.

Devo dizer que soU um acérrimo defensor do combate às desigualdades sociais na educação, designadamente nos níveis educaüvos mais precoces, na educação pré-escolar. Creio que é pela linha do desenvolvimento da educação pré-escolar que teremos de combater essas desigualdades sociais. Há, de resto, uma investigação, que irá brevemente

ser publicada. Sc eu tiver tempo, vou escrever o volume Final do célebre Portugal, Ano 2000, de que, aliás, já foi publicado o primeiro volume, mas há mais dois ou três para sair, sobre a antropologia e sociologia da educação, em que espero provar cientificamente uma tese sobre o acesso à educação, que tem variáveis de significância completamente diferentes no ensino básico, no ensino primário, no ensino secundário ou no ensino superior. Enquanto num dos exiremos da escala o factor determinante é económico, no outro extremo o factor determinante é de natureza cultural. É essencialmente a ideia que mais educação numa geração gera mais necessidade de educação na transmissão para a geração seguinte.

Espero provar isso, tenho dados, penso cu, irrefutáveis no plano científico para o provar através de um estudo intergeracional cm Portugal.

Esses estudos são extremamente escasssos cm Portugal; de facto, o último inquérito publicado sobre a origem social dos estudantes do ensino superior data de 1964, como sabem!

E pena o Sr. Dr. Rui Machete já aqui não estar porque fez um dos ensaios mais inteligentes e mais argutos sobre esse inquérito lançado em 1964. Vamos fazer a análise diacrónica da evolução dessa situação, com alguma interpolação na ausência dc dados sociológicos colhidos na década de 70, mas penso que vamos provar nüo só que as desigualdades no acesso à educação se tem vindo a esbater ao longo das últimas décadas, mas também que, de facto, este binómio factor cultural/factor económico

actua nâo dc maneira exclusiva num nível ou noutro, actua

com ponderações radicalmente distintas num extremo ou noutro extremo da escala educativa.

Finalmente, pretendo dizer que cada um é como é ... respeitemo-nos inteiramente. Não posso deixar de ser como sou e, enquanto Ulular — com muita honra — deste cargo, repilo, exercê-lo-ei com muito ânimo, com toda a alegria e respeitando aquilo que me parece ser a minha primeira obrigação pelos Portugueses: execer o magistério da esperança.

Da minha boca, desesperança, negativismo, pusila-nimidade, ideia de que Portugal vai para o buraco, nunca

sairá, porque acredito sinceramente que assim é, acredito

que o futuro dos meus filhos e dos meus netos vai ser substancialmente melhor que o meu próprio e acredito que este sentido de aquisição histórica, este sentido de ascensão antropológica, este sentido de aquisição pátria, é um sentido que, hoje, está fortemente instalado e permeia toda a sociedade portuguesa. E esse magistério da esperança, penso eu, não é apenas responsabilidade do Ministro da Educação, mas, quero crer, de todos aqueles que são Ululares dc órgãos de soberania e que têm um dever peranle a Nação. Trata-se de animar e, como dizia o Sr. Deputado na sua intervenção, levar os Portugueses a acreditar em si próprios e não descrer das suas possibilidades.

O Sr. Presidente: — Em nome da Comissão dc Economia, Finanças e Plano, agradeço a presença dos Srs. Membros do Governo, nomeadamente do Sr. Ministro da Educação e dos Srs. Secretários de Eslado.

Srs. Deputados, informo que amanhã a reunião terá lugar às 10 horas, estando presentes os responsáveis pelo Ministério da Agricultura.

Está encerrada a reunião.

Eram 22 horas e 15 minutos.

Os Redactores:—Maria Leonor Ferreira — Ana Marques da Cruz — Maria Amélia Martins — José Diogo — Cacilda Nordeste—Isabel Barral.

DIÁRIO

da Assembleia da República

i' ......

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