O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

11 DE FEVEREIRO DE 1941 192-(67)

Correios, telégrafos e telefones

91. Os serviços dos correios, telégrafos e telefones têm grande importância na vida nacional. Vivem de seus próprios recursos, embora o Estado, em períodos de crise, lhes tenha acudido com empréstimos.
As suas receitas têm vindo a aumentar gradualmente, desde o início da reorganização financeira, e a isso se deve também em parte o constante desenvolvimento das despesas. O aumento das receitas entre 1933-1934 e 1939 foi de 16:269 contos e o das despesas atingiu 16:027, como pode ser verificado no quadro que segue.

[Ver Quadro na imagem]

Dadas as modificações sensíveis que alteraram a administração interna destes serviços, das quais resultaram transferências de verbas de umas para outras rubricas, é mais fácil, pana ter melhor idea, comparar as cifras de 1936 com as dos anos seguintes. O aumento de receitas entre 1936 e 1939 foi de 12:873 contos, correspondendo mais de 10:000 aos serviços postais, cerca de 4:400 contos aos telefonias do Estado e perto de 2:500 à radiodifusão. Este desenvolvimento da receita tem permitido fazer face ao decréscimo, cada vez mais acentuado, na telegrafia internacional, cujas receitas, no curto espaço de três anos, deminuíram de aproximadamente, 4:500 contos.
A Administração tem feito esforços no sentido de aumentar as receitas postais por propaganda, mas o aumento notado também é devido, em grande parte, sobretudo nos últimos anos, ao correio aéreo, que, por força das circunstâncias, é obrigado a transitar por Lisboa. A linha aérea da América do Norte tem concorrido apreciavelmente para a melhoria das receitas dos serviços postais, embora tenha trazido também agravamento na despesa.
A telegrafia internacional continua em declínio e, dados os progressos da radiotelegrafia, não há razões para esperar que melhore. A Administração dos Correios terá de procurar noutras explorações os rendimentos necessários ao constante acréscimo da despesa. E eles poderão resultar da rede telefónica, por um lado, e dos serviços dos correios, por outro. Só de aperfeiçoamentos nos serviços dos correios e telefones podem resultar compensações para o declínio da receita telegráfica. A radiodifusão tende a alargar a sua esfera de utilidade, mas o acréscimo de receitas será inteiramente consumido pelas despesas, sobretudo quando estiverem em vigor as disposições já decretadas, que incluem empréstimo avultado, com o fim de liquidar o capital necessário pana novas emissoras. Tendo em conta o agravamento da despesa, com tendência para se acentuar na medida do desenvolvimento da rede telefónica e da construção de novos edifícios a liquidar por empréstimos, adiantados pelo Estado conforme disposições legais, os serviços dos correios, telégrafos e telefones necessitam de orientar a sua exploração no sentido de estrita economia.

As receitas e despesas

Mais de metade das receitas dos correios, telégrafos e telefones provêm dos serviços postais. A percentagem mantém-se nos anos compreendidos entre 1936 e 1939 na cifra aproximada de 57 por cento.
O resto é constituído pelos rendimentos dos telefones, que vêm aumentando gradualmente com a abertura de novas estações, pela telegrafia nacional e internacional, que vão deminuindo com o progresso dos telefones e radiotelegrafia, e pouco mais. A origem das receitas em percentagem do total exprime-se assim em 1939:

[Ver Quadro na imagem]

Pode dar-se melhor idea da evolução das receitas ordinárias comparando as de anos sucessivos, como se faz no quadro que segue, em contos:

[Ver Quadro na imagem]

92. As despesas também sofreram considerável aumento - 17:863 contos, quando comparadas com as de 1936, e 4:266 contos, quando relacionadas com as de 1938.