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11 DE FEVEREIRO DE 1941 192-(69)

Exploração

94. Estes números mostram que os correios, telégrafos e telefones, sob o ponto de vista financeiro, têm feito progressos apreciáveis na última década e que já vai longe o tempo da sua desorganização administrativa e financeira. Mas dado o ambicioso plano a executar, torna-se necessário não perder de vista a possibilidade de futuras dificuldades, devendo, pelo menos de princípio, a sua administração insistir, sobretudo, pela melhoria das instalações de carácter reprodutivo - as que directamente concorram para aumento das receitas.
As cifras que exprimem a conta de exploração mostram resultados ligeiramente inferiores, pelo menos na aparência, nos do ano passado - 546 contos em 1938, contra 159 este ano.

[ver tabela na imagem]

Parece ter havido considerável deminuição no déficit dos serviços postais. Do 5:220 teria passado para 3:657 contos. Na realidade isso não se deu, porquanto não foram liquidadas avultadas contas dos correios estrangeiros que, embora dizendo respeito a 1939, só vieram a dar entrada na administração em 1940. São cerca de 2:000 contos. Se tivessem sido pagas e contabilizadas em 1939 essas contas, os serviços postais acusariam déficit superior a 5:000 contos, sensivelmente igual ao do ano passado.
Dos serviços telegráficos já acima se falou. Continua o seu saldo a diminuir e não tardará a converter-se em deficit em virtude das razões já apontadas.
Também houve saldo êste ano na exploração dos telefones do Estado, mas muito menor que o do ano anterior. Parece ter sido isto devido a abertura de novas estações e a melhorias introduzidas noutras. Sabe-se que os rendimentos dos telefones se acentuam anos depois da sua instalação.
A idea geral que se extrae dos números é a da necessidade de concentrar esforços no sentido de reduzir o déficit dos serviços dos correios, e isso só pode ser atingido pelo aumento das respectivas receitas sem proporcional contrapartida no orçamento das despesas. Parece que se escreve pouco neste País e daí o lento desenvolvimento na venda de franquias, que representam, como se sabe, o principal rendimento dos correios. Com os novos encargos que resultam, da reorganização, e tendo em conta a impossibilidade de reduzir o subsídio para pensões a aposentados, há necessidade de manter, pelo menos no nivel em que estão, as receitas gerais e de melhorar, na medida do possível, as que dizem respeito a correspondência internacional em trânsito, sobretudo o correio aéreo.
Os rendimentos da exploração telefónica, se esta fôr eficientemente organizada, concorrerão muito para o equilíbrio da exploração.

A aplicação de empréstimos

95. Resta, finalmente, falar dos novos empréstimos contraídos ao abrigo da lei para o desenvolvimento e aperfeiçoamento dos serviços.
A conta de empréstimos podo exprimir-se do modo seguinte, em contos:

[ver tabela na imagem]

Gastaram-se em três anos 38:939 coutos, repartidos principalmente pelas instalações eléctricas, compreendendo postos de assinantes, rêdes locais, centrais e redes interurbanas, linhas, cabos e aparelhos diversos. A acrescentar há a conta de edifícios, no total de 12:886 contos, e mobiliário, automóveis e diversas máquinas, que somaram já 2:071 contos.
Parece, salvo melhor opinião, que nem tudo o que consta da conta de empréstimo deveria figurar nela. Os empréstimos são liquidados em prazos largos e deviam compreender essencialmente instalações fixas, tais como rêdes, linhas, cabos e outra aparelhagem eléctrica e edifícios. Os automóveis, as máquinas diversas, de copiar, calcular e outras cousas, ou deveriam sair do Fundo de 1.º estabelecimento, acrescido anualmente de verbas para esse fim desviadas, ou mesmo fazer parte dos encargos de exploração.
Em 1939 as duas importâncias maiores da conta de empréstimo são as instalações telegráficas e telefónicas, que importaram em 14:703 contos, e os edifícios, que consumiram 12:340.
Não se descuraram as rêdes locais, sinal de que se alarga o serviço à província e mesmo aos pequenos povoados. Em grupos de rêdes gastaram-se 9:830 contos e em postos de assinantes cerca de 1:120 contos.
Também houve apreciável desenvolvimento das linhas aéreas. A verba nelas gasta eleva-se a 2:901 contos.
Mas onde houve grande actividade foi na construção de novos edifícios. Sabe-se do sistema adoptado: a Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos constrói os edifícios de couta dos correios, e sob indicação destes, por intermédio de uma comissão especialmente constituída para esse fim; a Administração dos Correios liquida as verbas despendidas à medida que vão sendo feitas as diversas empreitadas. Os principais edifícios em construção durante o ano de 1939, com a nota do dinheiro despendido, em contos, naquele ano, foram os que constam da tabela da página seguinte.