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25 DE MARÇO DE 1947 1025

É de toda a justiça citar os nomes dos três beneméritos que há bastantes anos administram com tanto zelo, inteligência e devoção a assistência social da Legião Portuguesa no Porto: o nosso antigo colega Sr. Jaime Amador de Pinho e os Srs. Óscar de Magalhães e Melo Pacheco.
Mas não tem havido apenas zelo e devoção: sei que ao primeiro daqueles legionários já a assistência social é devedora de valioso concurso financeiro, que se exprime em desembolsos e responsabilidades de grande vulto.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - O notável exemplo desta obra assistencial, segundo se lê no relatório, já vai frutificando em obras similares na capital e outras de iniciativa da F. N. A. T.
É mais um titulo de orgulho para a assistência social da Legião Portuguesa do Porto.
Sr. Presidente: eu não me engano afirmando que as palavras de louvor que acabo de pronunciar correspondem aos sentimentos dos habitantes do círculo que me elegeu para seu Deputado.
Mas de todo o distrito do Porto eu desejo destacar a freguesia do Bonfim, em que habito e de onde é natural minha mulher, que preside à respectiva comissão de beneficência, para a qual contribuem generosamente muitos paroquianos.
É vasto o campo de benemerência daquela instituição, mas os resultados ficariam muito aquém dos que felizmente se vêm registando se não fosse a intervenção da obra assistencial da Legião, que é fornecedora, a preços mínimos, de muitas centenas de refeições, distribuídas a numerosas famílias e às criancinhas das escolas, cuja cantina se deve à iniciativa a aos esforços daquela benemérita comissão de beneficência.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:- Bem hajam, pois, aqueles devotados legionários. Daqui lhes dirijo, bem como à Legião Portuguesa, com as palavras de justíssimo louvor que V. Ex.ªs tiveram a paciência de escutar, a afirmação do meu reconhecimento como Deputado, como munícipe portuense e paroquiano da freguesia do Bonfim, pelo seu patriótico civismo, já eloquentemente afirmado na defesa da paz, da ordem e dos bons princípios da civilização ocidental, e pela sua tão eficaz acção no campo da assistência, em benefício de numerosos conterrâneos meus.
Disse.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Pedro Cymbron: - Sr. Presidente: há pouco mais de um ano abordei aqui três problemas do mais alto interesse para o distrito de Ponta Delgada. Infelizmente todos aguardam ainda solução, estando apenas um quase resolvido.
Não tratarei agora do repovoamento florestal, cujo estado o Sr. Ministro da Economia tem entre mãos, mas ao qual não pode certamente nesta ocasião prestar a atenção que ele exige, ocupado como está com assuntos, de maior interesse nacional, que absorvem todo o seu cuidado.
Também não quero demorar-me a apreciar a situação em que se encontra o distrito que represento no que respeita à sua electrificação, tão fácil de conseguir em S. Miguel. O seu estudo e arrumo está dependente da apresentação de um relatório de trabalhos há muito realizados, que aguardamos com impaciência.
Esperamos que o Sr. engenheiro Vieira Barbosa, Ministro da Economia, em breve tenha entre mãos os elementos necessários para encarar de frente este problema vital para o futuro das ilhas de S. Miguel e Santa Maria e o solucione com aquela energia e firmeza que se depreendem das palavras que pronunciou ao tomar posse do alto cargo que ocupa.
Pretendo agora somente tratar dos transportes: em primeiro lugar, para manifestar a minha satisfação pela próxima inauguração das linhas aéreas entre Santa Maria, S. Miguel e Terceira; em segundo lugar, para enviar para a Mesa um requerimento relativo aos transportes marítimos.
Estão felizmente em plena actividade linhas aéreas Lisboa - Santa Maria, fazendo várias companhias escala por aquela ilha com regularidade. 0 mesmo, porém, não acontece com as outras ilhas do arquipélago. Não necessitam os distritos açorianos a que pertencem essas ilhas, tão bem representados nesta Assembleia, que voz estranha se levante a pugnar pelos seus interesses, mas mal não ficará a quem se bate pela maior camaradagem entre as ilhas irmãs acusar aqui deficiências que lhes digam respeito e pedir para o caso a atenção de quem de direito.
Sabe-se, e com isso toda a população do distrito de Ponta Delgada se regozija intensamente, que em breve haverá ligação aérea entro as ilhas de Santa Maria,
S. Miguei e Terceira por meio de um avião propriedade da empresa açoriana que honra a sua terra. Apesar dos esforços feitos por esta empresa e das facilidades concedidas e auxílio prestado pelas entidades oficiais, quer para obter material quer para conseguir pilotos, só foi possível adquirir um avião.
Um só aparelho não poderá garantir serviço perfeito, mas permitirá viajar por via aérea das ilhas Terceira e S. Miguel para Santa Maria e, consequentemente, para Lisboa.
Impõe-se a preparação de mais campos de aviação, particularmente na ilha do Faial, onde se acha a capital do distrito mais ocidental do País e que actualmente está a nada menos de sete dias de Lisboa, embora apenas afastada l20 milhas de Santa Maria, que dista de Lisboa três horas e meia.
Quanto a transportes marítimos, estão os Açores bastante mal servidos. São pouquíssimos os navios (actualmente nem uma viagem. mensal para passageiros) e pesadas as tarifas.
Todos nós sabemos que há enormes dificuldades neste campo e nesta ocasião em todo o Mundo, mas é voz corrente e opinião geral nos Açores de que a nossa economia está há muito exageradamente sobrecarregada com o preço elevado dos fretes. Tenho aqui uma nota do valor do frete de alguns produtos para e dos Açores, que não vale a pena ler, mas da qual tiro os elementos necessários à elaboração de um quadro comparativo das taxas cobradas para a Madeira, S. Miguel, Guiné e Luanda relativamente a quatro mercadorias. Nesse quadro registo o preço, que calculo, do frete por milha percorrida. Assim, temos:

Produtos importados no continente

Gado

S. Miguel

255$00

$32(6)

Madeira

Taxa por cabeça e por viagem ... .
Taxa por cabeça e por
milha, percorrida, . . -$-

Guiné

375$00

$21(2)

Luanda

600$00