O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

1410 ACTAS DA CÂMARA CORPORATIVA N.º 77

Será de assinalar, porém, que a evolução não é comum a todos os sectores, antes pelo contrário. Recorrendo ainda, de elementos de origem francesa, verifica-se que entre 1904 e 1964 o número de estabelecimentos diminuiu de 3 por cento, cerca de 5 por cento para o comércio por grosso, pouco menos de 3 por cento para o de retalho. Mas é por sectores que esta evolução é mais divergente designando por grupo A os estabelecimentos que se dedicam à comercialização da produção agrícola, da alimentação e do vestuário e por grupo B os que vendem equipamento industrial e geral, equipamento para o lar e artigos de recreio, luxo e higiene, verifica-se que aqueles diminuem, enquanto estes aumentam (variações entre 1954 e 1964).

[Ver tabela na imagem]

Está esta evolução intimamente ligada à modificação no modo e nível de vida das populações, bem como à procura rígida de muitos dos produtos vendidos nos estabelecimentos do grupo A. Mas a razão principal estará nas modernas formas de comerciar, que em relação àqueles sectores se tem especialmente desenvolvido

44. Cabe por isso aqui fazer uma referência, ainda que breve, a essas novas formas de venda ou de comércio que há pouco tempo apenas fizeram a sua aparição entre nós. Começar-se-á pelos supermercados e outras formas, de auto-serviço 7, cuja importância, à semelhança de outros países, é de esperar se venha a acentuar, sobretudo quando bem localizados, procurando uma clientela com características e possibilidades financeiras diferentes da grande massa populacional, proporcionando-lhe facilidades de transporte e ou de estacionamento. É de referir que tais estabelecimentos - existem 23 apenas, 15 dos quais em Lisboa e Porto (3 com mais de 400 m2, 15 entre 200 m2 e 400 m2 e 5 com menos de 200 m2)8 - poderão ter decidida influência na normalização, embalagem, nível de apresentação e de higiene dos produtos comercializados pelos retalhistas independentes, que, aliás, não substituem e que têm amplas possibilidades de sobrevivência, sobretudo se souberem adoptar do livre-serviço alguns elementos importantes - embalagem, apresentação e higiene dos produtos - dispondo de armas próprias, entre as quais, por exemplo, das mais importantes, é o contacto directo com os clientes.
Será de realçar que a evolução crescente dos supermercados estará dependente de factores exógenos importantes, nomeadamente,

Embalagem directa pelo produtor ou fabricante, evitando secções próprias de embalagem,
Melhoria do nível de vida do consumidor e dos seus hábitos,
Eliminação de dificuldades (alvarás municipais, por exemplo) à venda de certos produtos,

que, quando obtidos, tenderão à prática de melhores preços por custos mais reduzidos.
As associações voluntárias de grossistas o retalhistas só agora também começam a aparecer entre nós, mas têm grande importância no estrangeiro.

Em 1963, em França, havia 20 associações, agrupando 500 grossistas e mais de 50 000 retalhistas,
Na Alemanha englobavam 58 000 retalhistas, representando 37 por cento das vendas do sector alimentar,
Na Holanda havia 80 agrupamentos com 290 grossistas e 17 000 retalhistas.

Um dos meios mais interessantes destas associações é precisamente o auxílio técnico que os grossistas podem prestar aos associados retalhistas, no sentido de lhes actualizar os processos do venda - exposição de artigos, produtos embalados, móveis especiais, campanhas de publicidade e promoção de vendas -, permitindo-lhes ainda compras menos onerosas ou manutenção de stocks mais baixos e facilitando-lhes meios financeiros para modernização dos seus estabelecimentos.
A experiência portuguesa não permite ainda tirar conclusões da eficiência do sistema entre nós.
Também as associações ou centrais de compra de retalhistas (35 000 retalhistas em Fiança, 50 000 na Alemanha, 25 000 na Holanda, em 700 agrupamentos de compra) poder ao vir a ocupar lugar importante no nosso comércio, à semelhança do que se passa no estrangeiro, agrupando compras que se efectuam, portanto, em melhores condições que pequenos armazenistas.

45. Cabe aqui deixar também uma palavra sobre as cooperativas de consumo9, apontadas como uma das panaceias para os «males comerciais». O seu fraco desenvolvimento parece provir que a solução não estará efectivamente na criação de cooperativas, facto que se verifica não apenas em Portugal, mas na maior parte dos países, excepto, possivelmente, os escandinavos (em França, por exemplo, representavam as cooperativas apenas 2,5 por cento do comércio a retalho, sendo seu objectivo, considerado ambicioso, atingir 5 por cento da distribuição francesa em 1980!). Para além da incompleta consciencialização das eventuais vantagens dessas instituições e certa desconfiança perante o fenómeno cooperativo, muitas vezes justificada 10, os restantes motivos apontados no projecto do Plano, seja carência de fontes de financiamento acessíveis, atrasos na adopção de modernas técnicas de gestão, exorbitantes alugueres na cidade de Lisboa para estabelecimentos de auto-serviço, são

-----------------
7 De notar que o auto-serviço se aplica hoje também no comércio por grosso, sistema cash and carry, que começa a expandir-se na Europa
8 Ao contrário da legislação portuguesa, que fixa como área mínima de venda 200 m2, os especialistas classificam como supermercados apenas os pontos de venda com área superior a 400 m2. Em França, em 1 de Janeiro de 1960, havia 584 supermercados e 9373 pontos de venda em auto-serviço com áreas inferiores a 400 m2.
9 Embora no capítulo em análise se fale também era cooperativas do produção, é evidente que aqui só interessam as cooperativas de consumo, que, até certo ponto, se substituem aos comerciantes. As cooperativas do produção têm, aliás, interesse para o comércio na medida em que permitem, por agrupamento de pequenos produtores isolados e débeis, um interlocutor mais válido nas transacções, com melhores custos, evitando também a acção de intermediários no necessário «ajuntamento» de pequenas produções, que, assim, se encontram reunidas, não podem considerar-se, porém, elementos de um circuito comercial puro, excepto na medida em que vendam directamente ao retalhista ou consumidor final, como pode acontecer com qualquer outro produtor.
10 Sobre o assunto veja-se uma exposição da Corporação do Comércio enviada em 27 de Abril de 1964 ao Ministério da Economia

Resultados do mesmo Diário
Página 1243:
VII 5 A assistência do Tesouro à província do Cabo Verde não vencerá juro enquanto se mantiver
Pág.Página 1243
Página 1458:
, para as expansões urbanas, reservas naturais e zonas verdes, regionais e locais. O espaço constitui uma preocupação
Pág.Página 1458
Página 1482:
os programas das províncias de governo simples 39 a 125 1) Cabo Verde
Pág.Página 1482
Página 1485:
referentes a cada província. Cabo Verde 1.º Investimento Contos a) Programados
Pág.Página 1485
Página 1490:
), apoio total da metrópole ao financiamento do Plano em Cabo Verde, Guiné e Timor, d) Taxa média anual
Pág.Página 1490
Página 1492:
. A seguir se examinarão os elementos referentes a cada província Cabo Verde l º Investimentos
Pág.Página 1492
Página 1501:
a cada província. Cabo Verde 1.º Investimentos Contos a) Dotação inicialmente
Pág.Página 1501
Página 1506:
ao financiamento dos planos de Cabo Verde (exceptuando o aeroporto do Sal), Guiné, S Tomé e Príncipe e Timor.
Pág.Página 1506
Página 1521:
e das províncias de Macau, Cabo Verde e Timor. Em Setembro último, porém, eram promulgados diversos diplomas
Pág.Página 1521
Página 1527:
aos planos de Cabo Verde, Guiné e Timor, repartição bastante equilibrada entre os recursos internos
Pág.Página 1527
Página 1528:
dos programas de financiamento de cada província, ter-se-á, quanto a Gabo Verde. QUADRO XIII Cabo
Pág.Página 1528
Página 1532:
ao programa de Cabo Verde, que monta a 988 189 contos no sexénio. QUADRO XXI Cabo Verde
Pág.Página 1532
Página 1533:
de conservação de água e do solo (2200 contos) é muito diminuta, pois existem em Cabo Verde gravas problemas
Pág.Página 1533
Página 1535:
mais vultosa do programa de Cabo Verde (385040 contos), com a seguinte distribuição a) Transportes
Pág.Página 1535
Página 1538:
luminosos no horizonte económico de Cabo Verde. É essencial que todos os recursos a empregar
Pág.Página 1538
Página 1540:
agrícola 18 000 86 620 Tal como acontece em Cabo Verde
Pág.Página 1540
Página 1545:
, recordam-se as considerações feitas a propósito de Cabo Verde, que aqui se dão como reproduzidas
Pág.Página 1545
Página 1547:
de empregos, como tentaram Cabo Verde e a Guiné), ficando-se, portanto, pelo enunciado de aspirações generosas
Pág.Página 1547