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11 DE FEVEREIRO DE 1941 17

clamada pelos interessados e em concordância com o interesse nacional, a intervenção do Poder Executivo no sentido de coibir os abusos graves que se notavam, muitas vezes em detrimento de credores bancários ou mesmo de particulares. O crédito industrial não existia no sentido de (poderem ser introduzidas melhorias pelo empréstimo a longo prazo, ou de ser auxiliada a construção de novas unidades com a ajuda de capital amortizável em dez, quinze ou mesmo vinte anos. E a protecção pautai que arredava da concorrência interna muitos produtos de origem estrangeira era até certo ponto falseada pela má orientação prevalecente em alguns tipos de indústria - que perdiam, por não haver acordo, ou mesmo senso prático, na fixação de preços.
O ambiente económico na parte relativa à produção da indústria nacional modificou-se, porém, consideràvelmente. A segurança industrial foi reforçada, indirectamente em certos casos, e as condições internas de vida de muitas indústrias sofreram profundas alterações.
O condicionamento reduziu a concorrência e o crédito industrial, que já hoje monta, só num estabelecimento de crédito, que não existia em 1929, a mais de 300:000 contos, permitiu aperfeiçoamentos e reduziu as taxas de juro a cifras comparáveis com as que vigoram para empréstimos a longo prazo em outros países. Se se atender a que os mercados internos, por virtude da criação de organismos pre-corporativos, deixai em de apresentar a incerta atmosfera de periódicas crises comerciais que tanto os sobressaltava, pode ter-se idea da melhoria que deveria ter influenciado, internamente, a vida das indústrias e consequentemente a contribuição industrial.
Mas, apesar de tudo, não se pode dizer terem desaparecido os lamentos nem os queixumes dos industriais, nem na contribuição se reflectiu apreciavelmente qualquer progresso sensível neste importante domínio da economia nacional.
É certo terem-se fundado novas unidades que hoje produzem cousas que até há poucos anos eram importadas, e também é certo ter-se desenvolvido apreciavelmente, considerada a relatividade do meio, a exportação de alguns produtos genuinamente nacionais, como as resmas, e haver já indícios da possibilidade de consideràvelmente desenvolver a exportação de outros, como os frutos.
Mas certas indústrias não progrediram como seria de esperar.
Importam tanto a vida económica do País as indústrias de exportação como as que produzem para consumo interno. As primeiras, por sua natureza especial, e pela concorrência que encontrarão nas mercados consumidores, necessitam de cuidados especiais na parte relativa à sua organização comercial que deve permitir a expansão dos produtos.
O alargamento das mercados é sem dúvida um dos aspectos que mais tem sido descurados e compete essencialmente à própria indústria. As circunstâncias em que viveu o inundo no período anterior u guerra, com restrições de diversa ordem a impedir fácil troca de artigos manufacturados e mesmo de matérias primas, não foram muito favoráveis a grandes voos em. matéria de aumento do comércio externo. A organização corporativa pela associação dos produtores e a política monetária, iniciada em 1931, deviam ter constituído, porém, dois poderosos incentivos a esforços tendentes a maior expansão comercial.
Há ainda vasto campo para a colocação de produtos, portugueses em mercados externos, e há possibilidade de alargar o trabalho nacional. As condições oferecidas pelo Estado para o desenvolvimento da exportação não têm sido convenientemente aproveitadas, e não é do interesse público, nem convém aos que inverteram capitais na indústria, e aos que dela vivem, que se não faça melhor propaganda no sentido de alargar o volume do que se exporta.
A criação de novos mercados, o desenvolvimento dos existentes, II defesa de marcas já acreditadas, ou do outras que venham a ser criadas, deveriam constituir alguns dos principais fins das organizações patronais.
O progresso das indústrias de exportação e de outras não se obtém restringindo a capacidade produtora quando o consumo externo se pode ampliar, porque isso seria estagná-las e poderia mesmo levar a monopolizar, em proveito de poucos, formas de actividade que afectam muitos - além de reduzir desnecessariamente os rendimentos do Estado sob a forma de impostos que acabariam por estacionar ou mesmo deminuir.
O aumento da produção para consumo interno e externo é por muitos motivos uma das grandes necessidades deste País - tanto de ordem financeira como económica e social. Sem ele nem o poder de compra melhorará, nem o preço do custo se reduzirá apreciavelmente, nem as próprias receitas do Estado tomarão o desenvolvimento que tudo indica devam tomar. É preciso, para que esse desenvolvimento se dê, a resolução de um conjunto de problemas, que dependem, alguns, da organização da própria indústria, e outros de várias entidades.
A análise das cifras respeitantes a, contribuição industrial, nos últimos anos, mostra resultados que até certo ponto explicam o que de outro modo parece não ter explicação. Se se tomarem certas indústrias e se se verificar o que por elas foi liquidado sob a forma de contribuição industrial, em 1937, 1938 o 1939, obtêm-se os resultados seguintes, em contos:

[Ver Quadro na Imagem].

Os números dizem respeito apenas ao fabrico, excluiu-se o que é liquidado pelo comércio dos produtos.